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Polícia Federal vai instaurar inquérito para investigar a temporada de incêndios no País

O presidente do Ibama ressaltou que o governo trabalha com um número recorde de brigadistas. (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal (PF), por meio da Superintendência Regional de São Paulo, informou que vai instaurar um inquérito para investigar a temporada de incêndios que atinge o Brasil. No domingo (25), parte do País foi atingida por focos de queimadas. Cidades do interior de São Paulo e até localidades do Centro-Oeste, como Goiás e Brasília, amanheceram tomadas por fumaça.

Em entrevista coletiva, o diretor-geral da PF Andrei Rodrigues, informou que já há 31 inquéritos abertos na corporação para investigar o tema, na Amazônia, no Pantanal e em São Paulo. São 29 nos dois biomas e outros dois em São Paulo. Conforme Rodrigues, os dois inquéritos abertos em São Paulo vão apurar se houve uso de fogo criminoso nos incêndios que afetaram aeroportos no Estado.

“É um movimento de fato atípico. São duas investigações em São Paulo que apuram incêndios criminosos que afetam áreas de interesse da União, os aeroportos”, disse.

Já a ministra Marina Silva afirmou haver “uma verdadeira guerra contra o fogo e a criminalidade”:

“Você começa a ter em uma semana, praticamente dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência nesses anos de trabalho com fogo.”

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou que pediu à PF que iniciasse as investigações. Segundo ele, quase todas as queimadas, com poucas exceções, são criminosas, inclusive em São Paulo.

“Quase todo incêndio no Brasil é criminoso. Não temos incêndio espontâneo e são raros os casos de acidente, como um caminhão que pegou fogo, ou uma queda de um cabo de alta tensão. Em São Paulo, há uma desconfiança de que tudo foi organizado, pois os focos aconteceram praticamente no mesmo horário”, disse, momentos antes de ir à sede do Ibama, em Brasília, para acompanhar a situação de seu gabinete.

O presidente do Ibama lembrou ainda que a região Centro-Oeste não tem chuva há mais de 120 dias, o que gera focos de incêndio frequentes.

“De maneira geral, a situação climática não ajuda. A umidade está baixíssima. Embora o desmatamento tenha caído bastante, há um estoque de áreas desmatadas ao longo da última década e as pessoas ateiam fogo para mantê-las assim”, afirmou.

Agostinho também ressaltou que o governo trabalha com um número recorde de brigadistas: são mais de 2 mil pessoas trabalhando em todo o país, das quais 1400 somente na Amazônia e 800 no Pantanal. Ele afirmou ainda que a crise é uma das maiores e impede a recuperação de rios amazônicos que foram atingidos pela seca do ano passado, como o Madeira e o Tapajós. As informações são do jornal O Globo.

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