Manifestantes contra o racismo se reuniram novamente em diversas cidades do Reino Unido para protestar neste sábado (13). Houve brigas em Londres quando ativistas de extrema-direita apareceram para proteger monumentos que viraram alvo dos protestos raciais pelos laços com a história colonial do país.
Estátuas de figuras históricas, incluindo Winston Churchill, foram protegidas neste sábado para tentar minimizar os tumultos. Na Trafalgar Square, a polícia separou dois grupos de aproximadamente cem pessoas cada, um cantando “Black Lives Matter” [vidas negras importam], e o outro, proferindo ofensas racistas.
Alguns manifestantes empurraram, jogaram garrafas, latas e dispararam fogos de artifício contra policiais. Não foram divulgadas informações sobre feridos. “Está claro que grupos de extrema direita estão causando violência e desordem no centro de Londres, peço às pessoas que fiquem longe”, afirmou o prefeito Sadiq Khan pelo Twitter.
Manifestações têm ocorrido ao redor do mundo depois da morte de George Floyd, em Mineápolis (EUA). O negro, de 46 anos, morreu após um policial branco ajoelhar-se no seu pescoço durante quase nove minutos.
No Reino Unido, o debate está forte em relação a monumentos de pessoas envolvidas no passado imperialista do país.
Churchill
Embora seja considerado um herói no Reino Unido por sua conduta durante a Segunda Guerra Mundial, o ex-primeiro-ministro é apontado por muitos historiadores como um defensor da supremacia branca. Ele era um ferrenho defensor do imperialismo britânico, que afirmava ser benéfico para raças que chamava de “primitivas”.
O atual primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, descreveu como “absurdo e vergonhoso” os atos de vandalismo cometidos contra a estátua de Churchill na Praça do Parlamento, destacando suas “realizações” na luta contra a “tirania fascista e racista” durante a Segunda Guerra Mundial.
Nos últimos dias, também houve grafites na estátua da rainha Victoria (1819-1901) no centro de Hyde Park, onde foram lidas palavras como “racista” ou “assassina”, enquanto a do comerciante de escravos Edward Colston (1636-1721) foi arrancado de Bristol e jogado na água no porto.