Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de março de 2022
Um falso médico que amputou a perna de um paciente depois de um acidente em Lavrinhas (SP) atuava como contratado da empresa que presta serviços médicos para a concessionária que administra a via Dutra. Ele usava um diploma falso e não tem registro no Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
Segundo informações do portal de notícias G1, já havia um boletim de ocorrência contra ele por exercício ilegal da profissão, quando tentou se passar por médico na capital. O homem é investigado pela Polícia Civil. O Cremesp informou que denunciou o falso médico que amputou a perna de um paciente ao MPF (Ministério Público Federal).
De acordo com o Cremesp, o homem tentou aplicar uma fraude ao pedir um registro médico ao Conselho com um falso diploma de medicina.
Gerson Lavísio atuava como médico no resgate da rodovia e passou a ser investigado nesta segunda-feira (14) depois de ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com um CRM (registro profissional) falso, em nome de outro profissional. Na delegacia, segundo a Polícia Civil, ele confessou não ter formação médica.
Ele foi contratado pela Enseg, empresa terceirizada da CCR Rio-SP. A empresa disse que ele apresentou a foto do diploma e do pedido de abertura de registro no conselho, que ainda estava pendente. Sem o registro, ele já não poderia atuar, mas mesmo assim foi contratado.
Após a denúncia da PRF à polícia, o Cremesp foi acionado pela empresa e, ao analisar o pedido que havia sido feito em 9 de fevereiro, percebeu que o diploma era falso. Com isso, denunciou o homem ao MPF por tentar aplicar fraude para exercer a medicina.
A denúncia foi encaminhada na terça-feira (15). O MPF informou que o caso será distribuído a um procurador da República, que fará a análise preliminar dos fatos para determinar os próximos passos. Não há um prazo definido para a conclusão dessas etapas.
Além disso, o Conselho disse que também vai acionar o médico responsável pela empresa para prestar esclarecimentos sobre permitir a contratação do homem sem o registro. Uma apuração interna foi aberta e a empresa pode ser punida por infração da ética médica.
Investigação
A suspeita sobre o falso profissional começou quando atendia as vítimas de um acidente na rodovia em Lavrinhas no domingo (13). Um engavetamento entre três caminhões deixou um motorista preso nas ferragens, um homem de 36 anos. Durante o atendimento, ele decidiu amputar a perna da vítima ainda na pista.
De acordo com a PRF, após a medida, a equipe técnica do resgate acionou os policiais por estranharem a decisão e a falta de técnica para o procedimento. A polícia então fez uma consulta sobre o médico e descobriu que ele apresentava um CRM cadastrado no nome de outro profissional e o levou à delegacia, onde confessou não ser médico.
Gerson atuava como médico de resgate contratado no modelo prestador de serviço para a Enseg, que é terceirizada da concessionária CCR SP-Rio. Ele alegava ter se formado em 2021 em uma universidade em São Paulo e que seu registro ainda estaria pendente.
A polícia registrou um boletim de exercício ilegal da profissão, mas o homem foi liberado após prestar depoimento. Ele assinou um tempo se comprometendo a comparecer na delegacia para prestar esclarecimentos.
O homem que teve a perna amputada é do Mato Grosso e foi internado na Santa Casa de Lorena.
A concessionária informou que “foi surpreendida com a notícia de exercício ilegal da profissão desempenhado por suposto médico e está prestando todas as informações às autoridades competentes”.
A Enseg disse em nota que “que recebeu toda documentação para o exercício profissional da função de médico, e pedido de inscrição junto ao Cremesp, aguardando deferimento. Isto posto, foi surpreendida com relação a denúncia da falta de habilitação do profissional para a função de médico”. As informações são do portal de notícias G1.