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Brasil Polícia Militar do Distrito Federal é criticada por omissão em atos terroristas de Brasília. Imagens mostram guardas tirando “selfies” e escoltando manifestantes

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"Houve incompetência, má-vontade ou má-fé", acusou o presidente da República. (Foto: Reprodução)

A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal foi alvo de duras críticas por não ter evitado os ataques terroristas cometidos neste domingo (8) contra os prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, por bolsonaristas radicais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer que “houve incompetência, má-vontade ou má-fé” por parte da corporação.

Os questionamentos à atuação da força de segurança pública foram reforçados por imagens mostrando policiais escoltando deslocamentos de extremistas até a Esplanada dos Ministérios e também conversando com eles.

Em outro vídeo, um grupo de cerca de dez PMs aparece fazendo “selfies” e filmando com o telefone celular o ataque ao Congresso. Enquanto radicais subiam a rampa e depredavam o prédio, os policiais aguardavam parados ao lado de viaturas, sem nenhuma ação para conter a ação extremista.

O governador distrital Ibaneis Rocha admitiu que houve falhas e pediu desculpas pela invasão às sedes dos Três Poderes, o que chamou de “inaceitável”. De acordo com ele, o governo local monitorava os movimentos de bolsonaristas junto do Ministério da Justiça desde o sábado, mas que não acreditava que as manifestações tomariam tamanhas proporções.

Intervenção na segurança

Ao decretar intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, o presidente da República ressaltou que a segurança da região é de competência da Polícia Militar, mas a corporação foi omissa, conivente ou mesmo cúmplice:

“Houve, eu diria, incompetência, má-vontade ou má-fé das pessoas que cuidam da segurança pública do Distrito Federal”, declarou Lula. Ele também mencionou as cenas em que policiais aparecem guiando grupos até a Praça dos Três Poderes: “Os policiais que participaram disso não poderão ficar impunes e não poderão participar da corporação porque não são de confiança da sociedade brasileira”.

O presidente ainda criticou a atuação do então secretário de Segurança Público do Distrito Federal, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro: “Todo mundo sabe a fama dele de ser conivente com as manifestações. Então, a intervenção vai cuidar disso”.

Ainda neste domingo, a Advocacia-geral da União (AGU) pediu ao STF a prisão de Torres, que está de férias nos Estados Unidos. Diante do episódio deste domingo, ele acabou exonerado pelo governador distrital Ibaneis Rocha.

Nas redes sociais, o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB),classificou de “inadmissível e criminosa a ação dos extremistas bolsonaristas” e preconizou a necessidade de se apurar se houve omissão ou conivência por parte de quem tinha a obrigação de coibir a ação”. Ele disse, ainda, ter entrado em contato com a Casa Civil e colocado as forças policiais de seu Estado à disposição para reforçar a Força Nacional. O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), foi outro que se colocou à disposição nesse sentido.

PM se defende

A PM do DF alega que a responsabilidade por eventuais falhas de planejamento nas ações de proteção à Praça dos Três Poderes é de exclusividade da Secretaria de Segurança Pública. Questionada pela imprensa sobre como fica a imagem de policiais facilitando a passagem de manifestantes, a assessoria da corporação informou que “tudo será apurado pela Corregedoria”.

Sobre o efetivo insuficiente, que resultou na invasão das sedes dos Três Poderes, a assessoria disse que todas as ações da PM-DF têm por base orientações de autoridades de segurança do governo distrital: “A PM só pode executar ações quando determinado pela Secretaria de Segurança. Todo planejamento tem por base o que é determinado pela Secretaria”.

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