Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2023
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 77 ônibus usados nos atos golpistas registrados no último domingo (8), quando manifestantes extremistas contrários ao novo governo invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF). Em São Paulo, a atuação das equipes da corporação impediram o fechamento dos acessos da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, no Vale do Paraíba.
A primeira apreensão de veículos ligados aos atos violentos ocorreu ainda na noite de domingo, na capital federal, quando foram confiscados 25 ônibus particulares que haviam sido fretados para transportar manifestantes radicais até a cidade.
Na segunda-feira (9), outros 30 veículos foram interceptados na mesma situação. Na manhã desta quarta (11), o balanço chegou a 77 ônibus apreendidos.
De acordo com a PRF, em todas as ocorrências, os passageiros são identificados e conduzidos para unidades da Polícia Federal (PF). A corporação destacou uma ocorrência registrada em Santa Maria, no DF, quando foi abordado um ônibus que seguia para Minas Gerais, levando, entre os passageiros, dois policiais militares, um reformado e outro da ativa, ambos portando armas de fogo e munições.
Para “causar tumulto”, um militar lançou spray de pimenta no interior do veículo, diz a PF.
Em um ônibus apreendido em Três Marias, em Minas, agentes da PRF encontraram estojos de bombas de gás lacrimogêneo já deflagradas, além de um cartão de acesso do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Refinaria
No interior paulista, a PRF montou uma operação entre o último sábado (7), véspera dos atos, e o dia seguinte, após os participantes dos protestos antidemocráticos ameaçarem fechar os acessos da refinaria Revap, localizada às margens da Via Dutra.
De acordo com a PRF, alguns grupos permaneceram em frente à refinaria para bloquear os acessos, mas as equipes da corporação impediram a iniciativa. Em seguida, os manifestantes tentaram montar barracas para um acampamento, que contava até com banheiros químicos. Após negociação, o grupo deixou o local na última segunda.
Financiadores
As investigações sobre os ataques extremistas em Brasília apontam, até o momento, que Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo são os três Estados com mais financiadores dos atos já identificados.
Os dados estão sendo levantados pelo setor de inteligência do Ministério da Justiça e estão sendo compartilhados com investigadores da PF.
São considerados financiadores pessoas que, entre outras ações, pagaram por transporte, alimentação ou outros itens utilizados pelos terroristas que invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
Segundo informações da TV Globo, empresários e colecionadores de armas estão entre os financiadores dos ataques. Os outros Estados com o maior número de financiadores são: Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Há registros isolados de financiadores em outros três Estados, totalizando 10 unidades federativas, conforme já anunciado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.
Para identificar os financiadores, os investigadores também estão se baseando nas mais de 60 mil denúncias recebidas pelo Ministério da Justiça. As informações podem ser enviadas para denuncia@mj.gov.br.