O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira (10) a morte de inocentes por policiais. O petista fez menção a morte do adolescente Thiago Menezes, de 13 anos. Thiago morreu durante operação policial na última segunda-feira (7), na Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro. Em cerimônia no Rio de Janeiro, o petista afirmou que pobres não podem ser confundidos com criminosos.
“O povo da periferia precisa ser tratado com respeito para que nunca aconteça o que aconteceu com um menino que foi assassinado por um policial despreparado”, disse Lula.
“A gente não pode culpar a polícia, mas a gente tem que dizer que um cidadão que atira num menino que já estava caído é irresponsável e não estava preparado do ponto de vista psicológico para ser policial.”
Conforme o Lula, o governador e o presidente precisam trabalhar juntos para criar condições para que a polícia seja eficaz no combate ao crime.
“Mas, ao mesmo tempo, essa polícia tem que saber diferenciar o que é um bandido do que é um pobre que anda na rua”, disse o presidente, que estava no mesmo palco do governador fluminense Cláudio Castro, durante evento na Zona Oeste da cidade.
O presidente fez o mesmo comentário em sua conta no X, antigo Twitter.
“O Rio de Janeiro, o povo pobre, trabalhador, negro, das periferias, precisa ser tratado com respeito. Para que nunca mais aconteça o que aconteceu com um menino que foi assassinado pela polícia. Um cidadão que atira e mata um menino de 13 anos é despreparado e irresponsável. Precisamos criar condições para que a polícia seja eficaz, mas, ao mesmo tempo, saiba diferenciar o combate ao crime organizado do povo que circula nas ruas. Precisamos criar as condições necessárias, junto ao governo do estado, para que as pessoas possam ter uma casa, comer bem e passear sem medo de bala perdida”, disse.
O caso
De acordo com testemunhas, Thiago Flausino, de 13 anos, trafegava de moto com um amigo, por uma das principais ruas da Cidade de Deus, no Rio. Neste momento, foi baleado por policiais do Batalhão de Polícia de Choque. A vítima morreu na hora.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que equipes do Choque realizavam um patrulhamento pelas imediações da comunidade, quando dois homens em uma moto atiraram contra a guarnição. A nota diz, ainda, que uma pistola 9mm foi apreendida e que a Corporação instaurou um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias da morte.
Moradores da comunidade acusaram a PM de ter forjado um confronto com bandidos para justificar o crime. A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da capital.