O ex-deputado Roberto Jefferson, preso desde outubro de 2022 por atacar agentes da Polícia Federal (PF) com fuzil e granadas, na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio, está sendo processado por uma policial que acabou ferida.
Ela cobra indenização não inferior a R$ 1 milhão por danos morais, estéticos e psicológicos causados pela intentona de Jefferson. Como se sabe, a PF foi acionada pelo STF para prender o ex-deputado, após ele desrespeitar seguidamente determinações do ministro Alexandre de Moraes.
No processo apresentado na última sexta-feira (25) à Justiça do Rio de Janeiro, a policial anexou laudos médicos, exames, prontuários, imagens dos seus ferimentos, imagens dos danos causados, o carro da PF danificado pelos tiros e outras consequências do ataque feito por Jefferson.
Seu relatório médico apontou “ferimentos na cabeça, no cotovelo direito e joelho esquerdo, assim como uma enorme e profunda lesão na região do quadril” causada pelos estilhaços dos tiros e da bomba lançada. Hoje, a policial tem de conviver com cicatrizes nas regiões machucadas.
Ela também considera necessária uma reparação por ter seu nome e sua imagem expostas na mídia, que teriam causado “ataques difamatórios e a desqualificação da sua imagem”. A agente reclama que desde o ocorrido, ela tem de conviver com ataques de apoiadores de Jefferson.
“Essa situação de hostilidade contínua impõe uma carga adicional de sofrimento e injustiça, dificultando seu processo de recuperação e reintegração à sociedade”, diz a petição inicial da ação, que tramita na 1ª Vara da Comarca de Três Rios, Areal e Levy Gasparian.
Arsenal
Pelo que narra a policial ferida, o ex-deputado e ex-presidente do PTB utilizou um arsenal com três granadas adulteradas com pregos e cerca de 60 tiros de fuzil contra a equipe da Polícia Federal. Jefferson ainda fez vídeos e imagens do próprio atentado que havia cometido, tendo postado os conteúdos na internet.
Roberto Jefferson é réu, na Justiça Federal, pela tentativa de homicídio contra todos os policiais federais que participaram na ação naquele domingo de outubro. O caso tramita na 1ª Vara Federal de Três Rios (RJ).
Internação
Na terça (29), Jefferson enviou petição ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), solicitando que sua estadia no Hospital Samaritano Botafogo, no Rio de Janeiro, não seja cobrada. Jefferson está internado desde julho, depois de uma queda provocar traumatismo craniano.
Segundo nota extrajudicial emitida pela Amil no dia 23, Roberto Jefferson está em condições de alta hospitalar desde o dia anterior. A empresa de assistência médica disse que se a família optar pela permanência, “o custeio das despesas deverá ser realizado de forma particular” a partir de 26 de agosto.
Em 23 de agosto, Moraes determinou que o ex-deputado permanecesse internado no hospital e permitiu que a filha e a mãe o visitassem enquanto estiver preso. A decisão foi tomada depois que a Seap-RJ (Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro) informou ao STF que não tinha condições de oferecer tratamento médico adequado a Jefferson. Segundo a defesa, “o custodiado necessita de acompanhamento médico multidisciplinar, não havendo que se falar qualquer hipótese de condição de alta hospitalar”. Os atestados da Junta Médica da Seap e da Junta Médica da Polícia Federal foram tomados como base para o argumento.
Caso a Amil e o Hospital Samaritano Botafogo não arquem financeiramente com a permanência do ex-deputado na unidade particular, os advogados pedem que a prisão preventiva seja convertida em prisão domiciliar humanitária. “Os cuidados médicos podem ser realizados no ambiente domiciliar mediante autorização judicial de visitação de equipe médica multidisciplinar”