Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2019
Um oficial da Polícia Militar denunciou ao Ministério Público (MP) que uma soldada do 9º BPM possuía um relacionamento afetivo com o traficante Walace de Brito Trindade, mais conhecido como Lacoste, o chefe do tráfico do Morro da Serrinha, em Madureira, na Zona Norte do Rio. A informação faz parte de um documento enviado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, à Justiça em 2016, que só veio à público agora, após denúncia contra policiais do batalhão ser recebida pela Auditoria Militar do Tribunal de Justiça.
Ainda segundo o depoimento do oficial, que também trabalhou no 9º BPM entre os anos de 2014 e 2016, a soldada “tentou persuadi-lo a retirar a ocupação policial na Comunidade da Serrinha, pois todos os policiais militares que atuavam lá recebiam propina”. Com base nas informações do MP, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros determinou a prorrogação da quebra de sigilo telefônico de policiais investigados.
Amizade entre policiais e traficantes
Além disso, foi revelado que nove policiais militares que trabalharam no batalhão — sete deles oficiais — são réus por receber propina do tráfico de drogas dos morros da Serrinha, Jorge Turco e do Complexo da Pedreira. Em troca, eles avisavam previamente os criminosos sobre operações do batalhão. A Justiça determinou a suspensão das funções dos nove. Oito deles vão responder pelos crimes de associação criminosa e corrupção passiva. Um foi denunciado por associação para o tráfico.
Segundo a investigação, em mensagens interceptadas, uma das oficiais, a tenente Adriana da Silva Góes Vista, era chamada de “amiga” por Lacoste. A investigação teve início quando a Corregedoria da PM descobriu que criminosos da Serrinha tiraram fotos armados num caveirão da unidade durante uma operação.