A Justiça do Paraná determinou nesta quinta-feira (4) que o policial Jorge Guaranho, que matou o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, seja transferido para Complexo Médico Penal assim que receber alta médica.
A decisão é do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.
Guaranho está internado em hospital de Foz do Iguaçu desde 10 de julho e a previsão é de que receba alta hospitalar nesta sexta-feira (5). Ele está internado no Hospital Ministro Costa Cavalcanti.
O juiz se manifestou após a defesa de Guaranho pedir o relaxamento da prisão preventiva, decretada dois dias após o crime.
Os advogados defenderam medidas cautelares menos rigorosas, argumentando que a gravidade do crime imputado ao policial não justifica a prisão preventiva. Como alternativa, propuseram também a prisão domiciliar, destacando o quadro de saúde de Guaranho.
“A alta hospitalar não significa alta médica, tendo em vista que o paciente demanda cuidados especializados para atividades básicas da vida”, afirma a defesa do policial. À Justiça, os advogados citam a necessidade de Guaranho passar por reabilitação, com fisioterapia e fonoaudiologia.
Ao se manifestar sobre o pedido, o Ministério Público do Paraná afirma: “Não há falar em ‘alegação vazia da gravidade do crime’, ‘mera retórica’ ou ‘atuação contida’ do detento na espécie, visto a gravidade acachapante da conduta”, afirmam os promotores.
Os promotores foram contra Guaranho ficar preso em casa e contra a substituição da prisão por medidas mais leves de restrição.
O MP pediu que, ao ter alta do hospital, o policial seja transferido para o Complexo Médico Penitenciário do Estado do Paraná ou para o Complexo Penitenciário Federal.
Assim como o Ministério Público, o juiz concordou com a necessidade de manter Guaranho na prisão.
O juiz determinou ainda que Guaranho seja colocado em cela separada dos demais, como garante a lei ao se tratar de presos integrantes da Administração da Justiça Criminal.
Imagens
Registros de acesso às imagens de câmeras de segurança do local onde o tesoureiro do PT foi morto foram deletados dois dias após o crime. A informação faz parte de laudo pericial juntado na ação penal.
A análise do equipamento que armazena as imagens de câmeras de segurança da associação foi feita por cinco peritos, diz o laudo, e foi solicitada pela Polícia Civil.
“Ao analisar as configurações do equipamento identificou-se que o serviço de acesso remoto P2P estava ativado e que às 08h57min02seg do dia 11/07/2022 ocorreu um evento de ‘Limpar’ que apagou todos os registros de eventos do aparelho anteriores a esta data. Logo, pela análise dos logs presentes não foi possível afirmar se houve acesso às imagens na data de 09/07/2022’, diz trecho do laudo.