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Economia Política de preços da Petrobras será colocada em xeque com a alta do petróleo no mercado internacional

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Nessa terça (4), a cotação do barril de petróleo chegou a US$ 86, no maior patamar em um mês. (Foto: Reprodução)

A política de preços da Petrobras será colocada em xeque se a cotação do barril do petróleo continuar em alta nas próximas semanas, afirmam especialistas. Para eles, o avanço do preço do barril nesta semana foi compensado pela redução do câmbio, que vem amenizando a necessidade de reajustes pela estatal.

“Não há necessidade de a Petrobras subir os preços agora. O mercado está volátil e estressado com a expectativa de qual patamar que pode chegar o preço do petróleo. O corte anunciado pela Opep (cartel que reúne os produtores) ainda não foi feito, pois isso só vai ocorrer em maio”, disse Pedro Rodrigues, sócio da consultoria CBIE.

Mas Rodrigues alerta que, se o preço da cotação do barril continuar subindo como se prevê, vai aumentar a pressão sob a Petrobras e sua política de preços, a PPI (politica de paridade de importação). Nessa terça-feira (4), a cotação chegou a US$ 86, no maior patamar em um mês.

“Se o preço se mantiver nesse patamar mais alto, vamos ver como a empresa vai se comportar em relação a política de preços. A nova diretoria acabou de tomar posse e o novo Conselho de Administração ainda não tomou posse. A nova política de preços ainda não foi apresentada e isso coloca holofote na Petrobras e interrogação de como vai ficar a política de preços.”

Sergio Araujo, que comanda a Abismo, que reúne os importadores, destacou que, apesar do aumento do petróleo, o cambio caiu e chegou a R$ 5,05. Para ele, o diesel ainda está dentro da paridade. Mas lembra que, no caso da gasolina, já há espaço para a estatal aumentar o preço.

Dados da Abicom apontam que o preço do diesel no Brasil está 3% maior que no exterior – patamar semelhante aos últimos dias. Já a gasolina vendida no Brasil está 5% mais barata que no cenário internacional hoje, patamar parecido ao dos últimos dias também.

“A redução do câmbio ajudou a reduzir o impacto dos preços de gasolina e diesel. Em fevereiro, a Petrobras reduziu o preço da gasolina e disse que tinha espaço. Agora, poderia ter um aumento no preço. A gente sabe que há um peso político importante, mas, se olhar friamente, a Petrobras poderia aumentar a gasolina. Vamos ver como o câmbio vai se comportar.”

A Petrobras vem reduzindo o preço do diesel nas refinarias desde agosto do ano passado. O último recuo ocorreu no dia 23 de março, quando passou de R$ 4,02 para R$ 3,84.

Já a gasolina sofreu neste um aumento, no fim de janeiro, e uma queda, no início de março, quando passou de R$ 3,31 para R$ 3,18. Nos postos, os preços estão em queda seguida há três semanas, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

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