As reações à decisão dos quatro ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foram imediatas e vieram principalmente pelas redes sociais. O procurador Carlos Fernando, que integra a força-tarefa da Lava-Jato, disse que “há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam”.
Já o coordenador das investigações da Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol, afirmou que a “maioria do TSE preferiu ignorar as provas de ilegalidades da chapa Dilma-Temer”.
O ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça e do TSE, Gilson Dipp, lamentou a decisão de não punir as ilegalidades da campanha que levou Dilma Rousseff e Michel Temer à presidência. “O que surpreendeu foi a fragilidade dos argumentos que conduziram à absolvição da chapa. Eu nunca vi tanta prova concreta sendo apresentada do que nesse julgamento. Foi um julgamento não-jurídico, foi um julgamento estritamente político. Claro que no eleitoral sempre tem a conjugação do jurídico com o político, mas desta vez, um tribunal de juízes deixou absolutamente de lado tudo que dizia respeito à legislação, às provas, o aspecto jurídico, para julgar somente pelo aspecto político. Isso não é bom para a democracia”.
A decisão de livrar a chapa Dilma-Temer de punições também provocou grandes reações no mundo político. Parlamentares de oposição criticaram o TSE. O resultado do julgamento dividiu até o Democratas, partido da base do governo.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho, disse que o resultado é bom para o País. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, disse, em nota, que esse resultado, na linguagem popular, o TSE liberou geral, criou uma jurisprudência onde se pode tudo e não se pune nada na disputa pela Presidência da República. “Vale tudo?”, pergunta.