Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2024
Uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) aponta que os brasileiros que investiram em produtos financeiros representaram apenas 37% da população, em 2023. Ou seja, mais da metade da população ainda não investe o seu dinheiro.
O levantamento ainda mostra que 68% das pessoas aplicam o dinheiro apenas em poupança e aqueles que atuam com produtos financeiros, como títulos, ações e moedas, não passam dos 5%.
Para o especialista em investimentos e finanças pessoais, Renan Diego, esses números refletem a falta de educação financeira. Mas a boa notícia é que é possível viver apenas da renda dos investimentos, segundo o expert.
“Para bons investimentos é preciso ter uma carteira diversificada, alinhando o peso de cada ativo e planejamento conforme a necessidade de renda. Além das ações, três bons investimentos para viver de renda com dividendos são: Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs); Tesouro IPCA+ com juros semestrais e Debêntures Incentivadas”, explica Renan, que já educou mais de 7 mil brasileiros a administrar melhor o próprio dinheiro e investir do zero através da sua escola digital Produtividade Financeira.
O especialista explica que os FIIs são ideais para quem busca renda mensal com isenção fiscal sobre dividendos e que procura investir no mercado imobiliário sem comprar imóveis de forma direta. “O Tesouro IPCA+ com juros semestrais é indicado para investidores que buscam proteção contra a inflação e rendimentos periódicos, com a segurança de títulos públicos”.
“Já as Debêntures Incentivadas são boas opções para quem deseja investir em infraestrutura com benefícios fiscais, embora envolvam maior risco de crédito comparado aos títulos públicos. Então, é importante analisar a avaliação de risco da empresa que está emitindo a debênture e buscar sempre os ratings AAA, AA ou A”, acrescenta o educador financeiro.
Caderneta de poupança
A caderneta de poupança continua sendo o principal investimento do brasileiro. Em 2023, 25% da população total investia no instrumento. Considerando apenas a população investidora, esse percentual é de 68%. Em ambos os casos houve um recuo no percentual entre 2022 e 2023. O total da população diminuiu em um ponto percentual, enquanto entre os investidores caiu quatro pontos.
Nenhum outro instrumento financeiro chega perto da adesão da poupança, que é seguida por títulos privados, fundos de investimento, moedas digitais e ações.
Os percentuais são menores do que o de brasileiros que fizeram pelo menos uma aposta em 2023. Segundo a pesquisa da Anbima, pelo menos 14% da população colocou dinheiro em uma bet no ano passado.
Enquanto os motivos para apostar são “ganhar dinheiro rápido” e “ganhar muito dinheiro de uma vez”, os motivos para se investir, segundo o Raio-X do investidor de 2024, são: (33%) comprar um imóvel, (20%) manter aplicado, (10%) fazer uma viagem, (10%) comprar um carro e (9%) aposentadoria.
Crescimento no futuro
A pesquisa projeta um retrato otimista para 2024: cerca de 13% da população que não investe têm a intenção de começar a investir ou de migrar suas economias para produtos financeiros, ante 13 milhões de investidores que pretendem abandonar seus produtos financeiros ou parar de investir neste ano.
O saldo líquido é de oito milhões de novos investidores em 2024, passando de um percentual de 37%, em 2023, para 41%.