Dados divulgados nessa quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a população do Rio Grande do Sul deve parar de crescer em 2026, quando chegará a 11,23 milhões de habitantes. Já no ano seguinte, o contingente deve diminuir de forma progressiva para 9,1 milhões até 2070.
O Rio Grande do Sul e Alagoas são as primeiras unidades federativas do País com projeção do chamado “decrescimento” populacional. Esse fenômeno costuma resultar de uma combinação de fatores:
– Taxa de fecundidade: redução 2,32 para 1,51 filho por gaúcha entre 2000 e 2023. Essa proporção deve ser de 1,49 em 2070. No ano passado, o Rio Grande do Sul apresentou a sétima menor taxa de fecundidade dentre os Estados – posição que deve ser mantida nas próximas cinco décadas.
– Taxa de natalidade: o número de nascimentos também apresentou recuo no Estado. Foram 3,6 milhões em 2000, 121.107 em 2022 e uma projeção de 65.763 em 2070.
– Mortalidade infantil: conforme o IBGE, há uma queda na taxa de mortalidade infantil entre a gurizada gaúcha. Desde o ano 2000, o índice se reduziu de 15,5 para 9,6 óbitos para cada mil nascimentos – e deve baixar para 5,2 daqui até 2070.
– Idade média da população: a população gaúcha elevação em sua idade média, passando de 31 para 38,1 anos desde o início deste século, maior média do País. O indicador deve ser de 49,2 em 2070. Vale lembrar que a expectativa de vida no Estado é superior a 76 anos.
Âmbito nacional
As estatísticas e análises constam em relatório intitulado “Projeções da População: Brasil e unidades da Federação – Revisão 2024”. A principal conclusão é de que o povo do País vai parar de crescer em 2041, quando chegará a mais de 220 milhões.
O estudo demográfico também mostra que, de 2000 para 2023, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo. Já a idade média da população brasileira atingiu 35,5 anos em 2023 e deve subir para 48,4 anos em 2070.
As projeções do IBGE utilizam dados provenientes de diversas fontes, como os três censos demográficos mais recentes (2010, 2010 e 2022), a série histórica de estatísticas do Registro Civil (iniciada em 1974), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), ambos do Ministério da Saúde.
Seus cálculos permitem acompanhar a evolução dos padrões demográficos do país. Além de servirem de parâmetro para políticas públicas nas três esferas de governo, as Projeções de População permitem que o IBGE atualize as amostras de suas pesquisas domiciliares, como a PNAD Contínua, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
(Marcello Campos)