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Brasil Por falta de tornozeleira, doleiro deixou a prisão e será monitorado por câmeras, numa espécie de “big brother” penal

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O corretor prometeu montar todos os equipamentos até 2 de janeiro. (Foto: EBC)

A Justiça Federal em Brasília decidiu nesta terça-feira (19) transferir o corretor Lúcio Bolonha Funaro, delator de esquemas de corrupção envolvendo a cúpula do PMDB, do regime de prisão fechado para o domiciliar. O colaborador passará a viver em sua fazenda de Vargem Grande do Sul, no interior de São Paulo, numa espécie de “big brother” penal.

Como não havia tornozeleiras eletrônicas para monitorá-lo, ele será acompanhado por câmeras que se comprometeu a instalar nas dependências do imóvel, com link direto para os gabinetes da 10ª Vara Federal no DF (Distrito Federal) e de procuradores do MPF (Ministério Público Federal).

O corretor prometeu montar os primeiros equipamentos no imóvel, e a ter todo o sistema montado até 2 de janeiro. Além dos aparelhos de captura de imagens, prometeu implantar uma tecnologia para backup (cópia de segurança) dos vídeos.

Para convencer o juiz Vallisney de Souza Oliveira de que o sistema funciona, Funaro fez um teste em tempo real durante audiência para decidir seu futuro nesta terça-feira (19). Mostrando a tela de um celular para o magistrado, com imagens de sua casa na capital paulista, explicou: “Aqui, ó: minha mulher e minha filha, agora. Isso aqui é ao vivo”.

Inicialmente, a proposta do juiz era de mantê-lo em Brasília provisoriamente, em liberdade, mas cumprindo algumas medidas cautelares, pois, sem tornozeleiras, não havia garantias de eficácia no acompanhamento da prisão domiciliar. Mas o corretor fez um apelo, alegando temer proximidade com os políticos que denunciou, e apresentou a alternativa das câmeras.

Funaro disse que “o último lugar” em que gostaria de estar é Brasília. “Hoje eu vivo uma batalha contra o governo. Foi por minha causa que foi apreendida a maior quantidade de dinheiro já feita no Brasil”, argumentou, em referência à apreensão de R$ 51 milhões num bunker atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), atualmente preso. “Quem sofreu todos esses efeitos não deve estar contente”, acrescentou. Por último, ao ver o funcionamento do sistema, o juiz consentiu: “Isso aqui é melhor do que tornozeleira”. “Pede para o Lúcio aparecer na frente da câmera e eu vou estar na frente da câmera”, assegurou Funaro.

Ele se comprometeu a entregar periodicamente ao juiz um pen drive com todas as imagens da fazenda, além da lista das pessoas que o visitaram. Na falta de escolta policial, Oliveira aceitou que Funaro fosse acompanhado até o local da prisão domiciliar pelo próprio advogado. Ele disse que pretende se dedicar agora a complementar os anexos de sua colaboração, já que o prazo para isso se encerra em 60 dias.

Lista restritiva

Funaro pediu ao juiz que autorizasse que 15 pessoas frequentassem a fazenda, entre elas um amigo para jogar tênis, mas a lista foi restringida. Ele pleiteará sair de casa para cursar direito na cidade.

A defesa chegou a citar a expectativa da filha de Funaro, bebê, com a volta do pai para casa. O corretor, que já se envolveu em dois grandes esquemas de corrupção e fez delação premiada, afirmou que agora dará um exemplo ao pais. “Vou reciclar minha vida e mostrar para todo mundo que eu tenho capacidade de gerir negócios lícitos sem nenhum problema”, comentou.

 

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