Após receberem ordem da Justiça, operadoras de telefonia fixa e móvel bloquearam o serviço de mensagens instantâneas WhatsApp. A determinação, da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo (SP), é de que o serviço fique fora do ar em todo o País por 48 horas, a partir da 0h desta quinta-feira (17).
Às 23h30min, mensagens transmitidas por 3G ou 4G começaram a travar. Usuários que navegavam por wi-fi, porém, continuaram usando o serviço nos primeiros minutos desta quinta. Por volta das 0h23min, mesmo pela conexão w-fi não era possível usar o WhatsApp. Às 22h, o Sinditelebrasil, associação que representa o setor, informou que as operadoras tentariam cumprir a decisão no prazo definido.
Mas, devido às dificuldades técnicas do bloqueio e ao impacto que ele causará no serviço das operadoras, a Oi decidiu entrar com pedido de recurso. A Vivo informou que não recorrerá da decisão. As demais operadoras não decidiram, nesta quarta, se pediriam recurso.
A operadora que não cumprisse o bloqueio correria o risco de multa, e os representantes da operadora podem ser presos. Aplicativos concorrentes, como o Telegram, aproveitaram a decisão para divulgar seus serviços de mensagens.
O presidente-executivo do WhatsApp, Jan Koum, afirmou estar “desapontado pela miopia da decisão e triste por ver o Brasil isolado do resto do mundo”.
Por que parou?
A Justiça em São Bernardo do Campo quer que o WhatsApp fique fora do ar no País devido a uma investigação criminal. As autoridades que investigam o caso obtiveram autorização judicial para que o WhatsApp quebrasse o sigilo de dados trocados pelos investigados via aplicativo, mas a empresa não liberou as informações solicitadas. O bloqueio seria uma represália.
Em fevereiro, um caso parecido ocorreu no Piauí, quando um juiz também determinou o bloqueio do WhatsApp no Brasil. O objetivo era forçar a empresa dona do aplicativo a colaborar com investigações da polícia do Estado relacionadas a casos de pedofilia. A decisão foi suspensa por um desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí após analisar mandado de segurança impetrado pelas teles. (Folhapress)