A derrota por 4 a 2 para Senegal em jogo amistoso na tarde desta terça-feira (20) indica que a Seleção Brasileira necessita urgentemente de um técnico para o ciclo até a Copa do Mundo de 2026. O acerto verbal entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Carlo Ancelotti manterá a Canarinho sem comandante titular por 540 dias – até junho de 2024, quando há certeza de que o italiano deixará o Real Madrid (Espanha), seu atual clube.
Embora não haja qualquer posicionamento das partes envolvidas na negociação, a CBF trata a contratação como fechada. Mas por que esperar? Diversas perguntas ainda estão sem resposta.
Não existe, por exemplo, uma definição de quem comandará o Brasil por tanto tempo. Serão pelo menos oito jogos, seis deles de Eliminatórias. Ramon Menezes indicou, antes do amistoso contra Senegal, que este pode ser seu último jogo como interino.
“A pergunta é inevitável. Mas eu tô muito focado no jogo com Senegal. Não posso falar do “se”. Quero ajudar muito a seleção brasileira. O presidente vai saber o que fazer. Quero concentração 100% no meu trabalho”, disse Ramon.
Tirar um técnico de clube brasileiro está fora de cogitação neste momento. A CBF também descartou nomes especulados até aqui de fora do Brasil. E já deu o recado aos jogadores da Seleção: Ancelotti tem um acordo para assumir daqui a um ano. A boa relação do técnico do Real Madrid com uma série de atletas, sobretudo da nova geração, pesou a favor da escolha.
Em entrevista ao jornal espanhol “AS”, Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, deu mais sinais sobre o acordo e sua motivação, que passa muito pela falta de alternativas de peso, não só de nomes, mas também de trabalhos e títulos.
“Quando os jogadores que jogam com Ancelotti dizem que ele é o treinador ideal, quando os que jogaram com ele dizem o mesmo e os que ainda não jogaram com ele querem jogar porque é o treinador certo, tenho que acreditar que ele é. Agora ele é o treinador perfeito para a seleção”, afirmou o mandatário da CBF.
O filho de Ancelotti, Davide, seria uma possibilidade como interino, mas a hipótese descartada, pois todo cuidado é pouco na relação com o Real Madrid.
A aposta da CBF é que até janeiro de 2024 o Real se convença de que é mais vantajoso iniciar um outro projeto com outro treinador, em vez de fazer isso ao fim da passagem de Ancelotti ,em junho.
Em janeiro, o italiano precisará comunicar ao Real Madrid que não exercerá a cláusula de renovação contratual, seis meses antes do fim do vínculo, quando estará livre para assinar outro termo.