Domingo, 09 de março de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Olimpíada Por que Cuba perdeu relevância no cenário esportivo mundial?

Compartilhe esta notícia:

Há 24 anos, Cuba não figura entre as dez melhores nações em uma edição de Olimpíada.

Foto: Divulgação
Há 24 anos, Cuba não figura entre as dez melhores nações em uma edição de Olimpíada. (Foto: Divulgação)

A delegação de Cuba desembarcou em Paris com 63 atletas, menor número de representantes em 60 anos nos Jogos Olímpicos. Um dos sete cubanos a conquistar a medalha de ouro em Tóquio, o canoísta Fernando Dayan Jorge vai competir na capital francesa pela equipe olímpica de refugiados, evidenciando um problema que ajuda a explicar a perda de relevância da nação caribenha no cenário esportivo mundial.

Com 235 medalhas, Cuba é a vigésima nação que mais vezes subiu ao pódio na história olímpica. A ascensão esportiva da ilha caribenha se deu principalmente entre o final da década de 1970 e meados dos anos 1990. Neste período, os cubanos se tornaram referência no boxe, além de alcançar destaque em esportes tradicionais, como vôlei, atletismo, beisebol e judô.

Durante décadas, o esporte foi utilizado como propaganda política. O ex-presidente Fidel Castro (1926-2016) chegou ao poder liderando uma revolução comunista no início dos anos 1960, implantando uma ditadura. O comandante rapidamente percebeu que poderia fazer do esporte uma de suas principais bandeiras. Dois anos após a revolução, criou o Instituto Nacional de Esporte, Educação Física e Recreação. O alto desempenho esportivo foi uma forma de promover o regime, o que acontece em todo o bloco comunista.

Entre as ações do instituto estão a construção de instalações esportivas, organização de competições, criação de escolas voltadas ao aprimoramento técnico de crianças e adolescentes, além da regulamentação da licença esportiva, por meio da qual os atletas podiam se ausentar do trabalho para participar de treinos e competições sem perda salarial.

Um dos grandes momentos do esporte cubano nos Jogos Olímpicos foi o tricampeonato no vôlei feminino. A principal referência do time ouro em Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000 era a ponteira Mireya Luis, considerada uma das maiores jogadoras da história. Assim como outras companheiras de equipe, ela deu os primeiros passos na quadra em uma escola de iniciação esportiva.

Há 24 anos, Cuba não figura entre as dez melhores nações em uma edição de Olimpíada, quando terminou em 9º no quadro de medalhas em Sydney. Nos Jogos de Tóquio-2020, ficou na 14ª posição.

Deserções

Cuba vive a pior crise migratória do país em três décadas. Aproximadamente 187 esportistas deixaram o país nos últimos dois anos, com oito atletas desertando após os Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023. Entre eles o astro Andy Cruz, por muitos considerado o melhor boxeador do país.

Ouro em Tóquio, Cruz foi expulso do sistema esportivo de Cuba em 2022 após tentar deixar a ilha caribenha em uma balsa. O pugilista conseguiu emigrar de maneira legal pouco tempo depois, conquistando o título internacional de peso leve da Federação Internacional de Boxe (FIB) em julho do mesmo ano, em disputa nos Estados Unidos.

O Brasil também esteve no centro de um episódio de deserção. Em 2007, durante os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, Rigondeaux desertou da delegação cubana junto com Erislandy Lara, também boxeador. O bicampeão olímpico à época foi preso e deportado pelo governo brasileiro por causa da amizade com a ditadura cubana. Em 2009, ele foi para Miami, nos Estados Unidos.

Renato Beschizza Valentin explica que as deserções eram incentivadas por agentes contrários ao governo de Fidel desde o período da Guerra Fria, mas eram raras. Elas se intensificaram a partir dos anos 1990, durante o Período Especial, época em que a Economia do país viveu um de seus momentos mais delicados. (AE)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Olimpíada

Rio de Janeiro faturou R$ 100 bilhões com a Olimpíada de 2016
Na Olimpíada de Paris 2024, equipe de refugiados terá 36 atletas de 11 países
https://www.osul.com.br/por-que-cuba-perdeu-relevancia-no-cenario-esportivo-mundial/ Por que Cuba perdeu relevância no cenário esportivo mundial? 2024-07-23
Deixe seu comentário
Pode te interessar