Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Ali Klemt | 21 de abril de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Por que fazemos o bem? A resposta para essa pergunta deve ser similar a da clássica “por que estamos aqui?”.
Sem dúvida, fazer o bem aos outros faz bem a nós mesmos. Então é normal que achemos que há um sentimento quase egoísta ao agirmos de forma “altruísta”. No final das contas, o regozijo é nosso, não é mesmo? Será que a filantropia é, afinal, apenas um ato pela sua própria humanidade?
Alguns dirão que sim. Uma boa parte das pessoas, contudo, compreenderá o que quero dizer…
Vamos a um exemplo real. Realizamos, finalmente, a ação de ressignificação da Casa Oasis, um espaço de acolhimento a mulheres vítimas de violência doméstica mantido por uma ONG. Sem acesso a aporte público, o estabelecimento se mantém com doações e eventuais pagamentos feitos por municípios vizinhos, quando necessário o uso de leitos para receber essas vítimas da sociedade – por lei, claro, o poder público deve dar um jeito. Mas sabe como é, para essas coisas, nunca tem dinheiro…
Pois bem. Estando à frente do Aliadas, um dos meus objetivos é, definitivamente, transformar. E, sim, fazer do mundo um lugar melhor. E uma das coisas mais incríveis que existe é descobrir que, não, você não está sozinho nessa. Tem muita gente querendo fazer o mesmo, tem muita gente impulsionando projetos. Tem muita gente sem saber o que fazer, mas aguardando para ser envolvido e fazer alguma coisa. Todo mundo quer fazer algo, mas ninguém sabe bem o porquê.
Queremos ser relevantes. Queremos deixar a nossa marca, ser significativos. Porém, a verdade é que, quando morrermos, seremos um rosto em um porta-retrato por apenas algum tempo, até que nos tornaremos uma foto apagada na caixa de lembranças e, um dia…nem isso.
Somos apenas poeira nesse universo. Nossa vida é fugaz,, mas não precisa ser vã. Podemos, afinal, fazer com que ela sirva a algo maior. E a minha aposta é: no fundo, o nosso sentido de sobrevivência não se limita ao corpo físico. Talvez tenhamos um instinto de evolução espiritual que nos impulsiona a gestos de amor ao próximo. Que nos eleva na medida em que somos gentis e estimulamos aqueles no nosso entorno a também evoluírem, na medida das suas possibilidades mundanas. Porque cada um de nós se encontra em um estágio, e está tudo bem.
Há algo de mágico em fazer o bem. Fazer o bem a pessoas que sequer conhecemos. Fazer o bem porque é um ser humano, muito provavelmente em uma circunstância mais difícil que a nossa. Há algo de profundamente emocionante quando nos despimos de cargos e compromissos e status e nos tornamos apenas… humanos.
Ou, como diria Jung, “ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”. Porque, não importam as circunstâncias, ao fim e ao cabo, nossos desejos de amor e de paz são os mesmos. Se você já os tem, lute para que todos possam, também, ser assim abençoados. E as lágrimas nos seus olhos, o aperto no seu peito e o sorriso nos seus olhos são garantidos. Eu prometo. Faça o bem.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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