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Por que o dólar disparou ante o real na sexta? Cenário nacional é o principal fator

Na sessão, o dólar subiu 0,55%, cotado a R$ 5,6156, na contramão do movimento em demais mercados emergentes. (Foto: Freepik)

O dólar fechou a última sessão da semana novamente acima de R$ 5,60, impulsionado pelas preocupações dos investidores com o equilíbrio fiscal no Brasil. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,55%, cotado a R$ 5,6156 e fechando a semana com acúmulo de ganhos de 2,92%.

A divisa americana disparou após o presidente Lula defender a isenção de Imposto de Renda para as pessoas físicas que ganhem até R$ 5 mil reais, em entrevista à Rádio O Povo/CBN, em Fortaleza.

Segundo Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, a fala aumenta as preocupações quanto à saúde fiscal do País, uma vez que isso pode resultar em uma menor arrecadação por parte do governo. Além disso, a falta de clareza sobre um plano claro de corte de gastos também é ponto de atenção.

“Hoje descolamos totalmente do exterior. […] É muito pela questão local, mesmo. […]. É muita incerteza e a incerteza sempre joga contra os emergentes”.

Fator externo

Os mercados avaliavam novos dados econômicos dos Estados Unidos, com destaque para inflação ao produtor, enquanto continuavam a debater o próximo movimento do Federal Reserve, apostando majoritariamente em um corte gradual nos juros em novembro.

A moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa ante o real no início da sessão, em sintonia com a maior acomodação da divisa dos EUA no exterior após a divulgação de dados considerados neutros da inflação ao produtor.

O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA em setembro ficou estável, ante expectativa de alta de 0,1% de economistas ouvidos pela Reuters.

Pouco depois do PPI, às 9h32, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 5,5593 (-0,46%) no Brasil. Mas durante a manhã o dólar escalou patamares bem mais altos ante o real, atingindo a máxima de R$ 5,6543 (+1,24%) às 10h52.

Também seguiam no radar a escalada das tensões no Oriente Médio, com Israel ampliando sua ofensiva no Líbano, e a expectativa pelo detalhamento das medidas de estímulo fiscal na China.

Ibovespa em baixa

No mercado doméstico, o Ibovespa recuou 0,28%, a 129.992 pontos. O índice foi pressionado pela alta dos juros futuros, que afetou negativamente os ativos de consumo cíclico, como as varejistas e os papéis do setor de construção civil.

Além disso, a queda das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) também fez peso. A petrolífera acompanhou o desempenho do petróleo no exterior. Os contratos futuros do Brent — referência internacional — para dezembro caíram 0,45%. PETR3 encerrou em queda de 0,17%, enquanto PETR4 recuou 0,08%.

Por outro lado, a alta da Vale (VALE3), que subiu 1,44%, limitou as perdas do Ibovespa. A mineradora foi impulsionada pelos ganhos do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian. A commodity avançou 1,15%.

No fechamento

• a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu para 11,14% (ante 11,118% no fechamento de quarta-feira);
• Para janeiro de 2026, avançou para 12,61% (ante fechamento de 12,555%);
• Para janeiro de 2027, subia a 12,77% (ante fechamento de 12,650%);
• Para janeiro de 2029, crescia a 12,755% (ante fechamento de 12,625%).

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