Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2024
Recentemente, o ex-BBB Eliezer compartilhou com seus seguidores que está removendo o preenchimento facial. “Comecei a tirar no final do ano passado, comecei a reverter o processo do ácido, da mandíbula, do queixo, então meu rosto voltou a ter a anatomia normal. O que aconteceu comigo foi uma grande distorção de imagem”, disse Eliezer.
E Eliezer não está sozinho. No Brasil, alguns famosos, modelos, cantores e influencers já optaram pela reversão de preenchimentos, o que é feito através do uso de uma substância chamada hialuronidase.
“A hialuronidase é uma enzima injetável, uma cópia de uma proteína encontrada no corpo, usada para dissolver preenchimentos de ácido hialurônico. Além de moderar um efeito indesejado (como bochechas muito generosas) ou corrigir um erro (preenchimento migrado, irregular ou ruim), a enzima é essencial para gerenciar a rara emergência de preenchimento que é uma oclusão vascular”, explica Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.
Apesar da popularidade persistente dos injetáveis, as reversões do preenchimento estão aumentando, uma espécie de reação à era de extravagância no uso de injetáveis. Há, agora, um medo pairando no ar: os pacientes querem fugir das distorções estéticas e do efeito envelhecedor a longo prazo.
“Usamos a hialuronidase para dissolver rostos supercheios, pastosos e distorcidos. O excesso de preenchimento não apenas cria uma estética estranha, mas também pode levar à obstrução do canal linfático e acúmulo de fluido, função muscular limitada (que pode causar expressões tensas) e estiramento permanente dos tecidos moles ao longo do tempo. Mas também dissolvemos para corrigir pequenas imperfeições, como canais lacrimais deixados inchados por um gel mal colocado”, diz Cláudia Merlo. “As pessoas precisam realizar os procedimentos com responsabilidade, pois não podem achar que é só fazer e desfazer.”
Uma das consequências do uso irresponsável de preenchedores é o que vem sendo chamado de ‘Filler Fatigue’, ou fadiga de preenchedor. “Esse uso frequente, repetido e de forma inadequada dessas substâncias, ao longo do tempo, distende mais e mais os tecidos, assim criando a necessidade de cada vez mais preenchedor e, logo, piorando os sinais de envelhecimento”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Segundo a médica, um rosto envelhecido pode ser comparado a um balão vazio: ao encher de ar, fica todo esticado e brilhante. “Mas ao esvaziar fica mais enrugado do que antes, sendo necessária então uma quantidade ainda maior de ar para manter o balão ‘desenrugado’”, diz a cirurgiã plástica.
A médica explica que não é contra o uso desse preenchedor – que ela considera uma ferramenta valiosa quando bem indicada. “Conseguimos restaurar estruturas profundas como a parte óssea, repor compartimentos de gordura perdidos, melhorar a proporção das estruturas da face e até melhorar a qualidade da pele. O problema está no diagnóstico e indicação de quando, como e se há necessidade de preencher”, explica Beatriz Lassance.
Reação
Embora as preocupações com a fadiga do preenchimento não pareçam reduzir a demanda geral por esses produtos em uma escala ampla e que altere as estatísticas, os médicos dizem que estão começando a ver os pacientes recuarem de várias maneiras. Cláudia Merlo costuma explicar ao paciente que as condutas são sempre individuais. Portanto, quando a questão é de uma flacidez dérmica, a médica indica o uso de Radiesse, um bioestimulador injetável, indicado para melhorar a qualidade da pele reduzindo a flacidez de pele.
“A substância é aplicada para promover uma inflamação controlada, a fim de estimular as células formadoras de colágeno (fibroblastos) a produzirem colágeno, por volta de 18 meses”, conta a médica.
Com o estímulo de colágeno, a pele fica mais elástica e firme. “A técnica pode ser combinada com o ultrassom microfocado, que ajuda a promover o skin tightening, que é aquele ‘aperto’ da pele com o músculo, quando ela fica firme”, acrescenta a Dra. Cláudia.
Por isso, o melhor conselho é escolher bem o profissional, verificando questões como: certificação, conhecimento anatômico, experiência, obsessão por segurança e disposição para dizer “não”. Em seguida, adote uma mentalidade de menos é mais. “Duvide de fotos no Instagram – existem muitos filtros nas fotos –, tratamentos mágicos e novidades milagrosas: o barato pode sair caro”, finaliza Beatriz. As informações são do portal Terra.