Fátima Bernardes está passando por uma situação, no mínimo, curiosa e inusitada. Na segunda-feira (06), Otoni de Paula, deputado do PSC-RJ, protocolou uma notícia-crime na Polícia Federal contra a apresentadora da TV Globo. O motivo é uma suposta apologia às drogas.
Para o deputado, a apresentadora fez apologia ao cultivo, uso e venda de maconha. Isso porque, no dia 23 de dezembro, ela recebeu a cantora Ludmilla em seu programa. No programa, Ludmilla cantou a música “Verdinha”. O início da música diz: “Eu fiz um pé lá no meu quintal. Tô vendendo a grama da verdinha a um real”.
No ofício apresentado pelo deputado, ele afirma que pelo fato de o programa ser exibido em horário matutino, “deduz-se que, dentre os telespectadores, estejam considerável número de menores”. Até o momento, nem a apresentadora, nem a TV Globo, canal em que o programa é exibido, se manifestaram sobre a ação movida por Otoni de Paula.
Nota da cantora Ludmilla
Em nota enviada à redação pela sua assessoria, a cantora Ludmilla repudia o “cerceamento à liberdade de expressão cultural” e diz que “não poupará esforços para adotar todas as medidas cíveis e criminais que se fizerem necessárias”. Confira:
“A cantora Ludmilla, através de sua assessoria jurídica, representada pelo advogado José Estevam Macedo Lima, vem a público externar veemente repúdio ao cerceamento à liberdade de expressão cultural que, sistematicamente, vem sendo manifestado contra as letras das músicas de sua autoria.
Com efeito, a cantora tem sido alvo de postagens em redes sociais que constituem flagrante violação ao seu direito da livre manifestação cultural, que lhe é assegurado pela Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso IX.
Nessa oportunidade, a artista e sua equipe lamentam a veiculação de textos mascarados de mera reprovação ao que canta a artista, mas que na verdade servem como pano de fundo para disseminação do ódio, da discriminação e do preconceito.
Por fim, a cantora esclarece que não poupará esforços para adotar todas as medidas cíveis e criminais que se fizerem necessárias, de modo a repelir e responsabilizar os autores das postagens de conteúdo discriminatório, preconceituoso, calunioso, infame e difamatório a seu respeito.”