Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de maio de 2019
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou nesta sexta-feira (3), por mais de uma hora por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a situação na Venezuela, além de Ucrânia, Coreia do Norte e um possível novo acordo nuclear que incluiria a China.
A conversa foi revelada pelos porta-vozes da Casa Branca, Sarah Sanders, e do Kremlin, Dimitri Peskov. Por enquanto, apenas o governo americano divulgou detalhes sobre o conteúdo do diálogo entre os dois presidentes. A Rússia não deu mais informações.
Sanders afirmou que Trump reiterou a Putin a necessidade de uma “transição pacífica” na Venezuela, que vive grave crise desde o levante iniciado pelo líder da oposição, Juan Guaidó.
Nos últimos dias, vários integrantes do alto escalão da Casa Branca têm criticado o Kremlin pelo apoio dado ao regime de Nicolás Maduro. Washington reconhece Guaidó como presidente interino da Venezuela.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, conversou por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, na quarta-feira, e ressaltou que a intervenção dos russos e dos cubanos na Venezuela atrapalha a estabilização do país.
Já Lavrov respondeu alertando ao governo dos EUA que pare de adotar “passos agressivos” em relação à Venezuela.
“A ingerência dos EUA nos assuntos internos de um país soberano e as ameaças contra seus líderes são uma grosseira violação do direito internacional”, disse o chanceler russo a Pompeo.
A crise da Venezuela se tornou um dos principais pontos de discordância entre EUA e Rússia. Enquanto Trump lidera o apoio internacional a Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, Putin mantém o apoio a Maduro, apesar das pressões da comunidade internacional para tentar isolar o chavismo.
Fora da agenda, Ernesto Araújo se reuniu com Bannon em Washington
O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, fez uma visita a Steve Bannon, ex-estrategista do presidente americano, Donald Trump, na última segunda-feira. Araújo passou apenas um dia em Washington para reuniões com a cúpula do governo americano, mas reservou tempo para uma reunião, à tarde, na chamada “embaixada Breibart” – a casa onde Bannon vive e trabalha, atrás da Suprema Corte americana.
A crise na Venezuela ocupou parte do tempo das discussões do encontro. Ao longo do dia, Araújo tinha se reunido com dois dos principais expoentes da linha-dura adotada pelo governo Trump contra o regime de Nicolás Maduro: Mike Pompeo, secretário de Estado, e John Bolton, assessor de segurança nacional.
Ao falar sobre Venezuela com Bannon, a conversa girou em torno dos riscos de uma ação militar na região. O americano chegou a dizer que seria má ideia se o Brasil patrocinasse ou apoiasse uma intervenção com uso de força contra Maduro, o que era compartilhado pelos presentes.
Mas a conversa sobre Venezuela ocupou pouco do tempo do encontro. O restante da conversa, segundo fontes presentes, girou em torno da política externa do governo Bolsonaro e críticas ao vice, general Hamilton Mourão.
O encontro com Bannon não constou da agenda oficial do ministro. O último compromisso da agenda de Araújo nos EUA foi uma reunião às 14h15 com o diretor do Conselho Econômico americano, Lawrence Kudlow. Procurado, o Itamaraty não confirmou o encontro com Bannon.
Essa não foi a primeira vez que o chanceler se reuniu com o americano. Em fevereiro, quando foi a Washington para fazer a preparação da visita presidencial, Ernesto já havia ido conhecer o agitador de movimentos de direita populista pelo mundo. Araújo tinha sido descrito por apoiadores de Bolsonaro ligados a Olavo de Carvalho como “um sonho que se tornou realidade”. Na ocasião, o encontro com Bannon também não constou na agenda de Araújo.