Sexta-feira, 14 de março de 2025
Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2022
Por trás da votação no plenário do projeto que legaliza o jogo no Brasil ocorreu uma queda de braço entre dois importantes aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL): o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Os dois consideram que saíram vitoriosos na madrugada de quinta-feira (24).
Horas antes do assunto entrar na pauta da Câmara, Malafaia gravou um vídeo acusando Lira e o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), de articularem uma legislação que o próprio Bolsonaro já disse publicamente que vetará caso seja aprovada no Congresso. Embora os evangélicos tenham sido derrotados no plenário, o pastor afirma que o placar de 246 a 202 permite projetar que os defensores do jogo em Brasília não têm fôlego para derrubar um veto do Planalto.
Lira discorda da análise. Considera que o texto foi apresentado muito tarde na quinta-feira para os deputados e que “vários votos foram dormir” na madrugada. Em uma possível votação de análise ao veto, acha que encheria o plenário com quase todos os parlamentares e poderia reverter vários votos negativos ao projeto. O presidente da Câmara precisaria de 257 votos, ou seja, 11 a mais do que ontem, para vencer a disputa.
O que Lira não faz ideia é qual será a postura do Senado sobre o tema. Se o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pautará o tema logo ou deixará para o segundo semestre. No ano passado, várias pautas aprovadas na Câmara demoraram a tramitar entre os senadores. Malafaia tem a seguinte tese sobre os próximos passos da tramitação do projeto sobre o jogo:
“Existem 27 senadores candidatos à reeleição este ano e ali a disputa é majoritária, ao contrário dos deputados. Quero ver eles brigarem conosco”, afirma o líder evangélico, na mesma lógica de argumento usada para aprovar o nome de André Mendonça para a vaga ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Senado
O Senado receberá na próxima semana o projeto de lei que legaliza a operação de jogos de azar no Brasil (PL 442/1991 na Câmara dos Deputados). A medida inclui cassinos, bingos, jogo do bicho e jogos online, entre outras modalidades.
Diversos senadores já se manifestaram contra a iniciativa, afirmando que a permissão para apostas por meio de entes privados levará a prejuízos sociais. O vice-líder do governo, senador Carlos Viana (MDB-MG), foi um deles.
“A experiência internacional mostra que os grandes cassinos são usados para lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e prostituição. A fiscalização desse setor é muito difícil. Além disso, o vício em jogos e apostas integra o Código Internacional de Doenças”, explicou o senador Carlos Viana através das redes sociais. As informações são do jornal O Globo e da Agência Senado.