Seis capitais brasileiras figuram na lista das 156 cidades mais promissoras do mundo e melhoraram consideravelmente as suas posições neste ano, segundo a edição de 2024 do Global Cities Index, índice elaborado pela consultoria de gestão estratégica Kearney. O levantamento mostra que São Paulo, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife melhoraram em termos de conectividade e atividade dos negócios, o que levou às melhores avaliações.
Depois de cair uma posição em 2023, São Paulo, a cidade brasileira melhor colocada desde as edições anteriores do ranking, avançou sete colocações e agora aparece em 39º lugar, na frente de Lisboa (41º), Munique (42º) e Dublin (44º). Contudo, no cenário da América Latina, a capital paulista ainda aparece atrás de Buenos Aires, que aparece no 29º lugar, apesar da queda de sete posição, e da Cidade do México, que caiu oito colocações, mas surge no 36º lugar.
O Rio de Janeiro subiu dez postos no ranking e agora figura no 66º lugar, enquanto Belo Horizonte passou da 111ª posição para a 103ª. Salvador este ano surge no 108º lugar, 16 acima do resultado de 2023 e seis posições à frente do Recife, que avançou 20 colocações, ficando no 111º lugar.
Já Porto Alegre, que havia caído por dois anos seguidos, subiu 19 posições, aparecendo no 96º lugar da lista, apesar da tragédia causada pelas inundações em todo o Estado do Rio Grande do Sul no último mês de maio.
De acordo com o sócio da Kearney e porta-voz da consultoria no Brasil, Mark Essle, os efeitos das enchentes ainda não apareceram nos resultados de 2024, o que coloca a cidade sob observação para o ranking do ano que vem.
“Mas o resultado de 2024 mostra que Porto Alegre estava em uma tendência muito boa. Foi muito bem avaliada pelas iniciativas em torno das experiências culturais, por exemplo, além das ofertas de recreação e melhoria da conectividade e o capital humano.”
Essle explica que, diferentemente de outras listas internacionais como o Ranking Mundial de Competitividade elaborado pelo International Institute for Management Development (IMD), que mostrou queda no Brasil em termos de competitividade, o Global Cities Index considera indicadores que tem sido mais favoráveis para as cidades brasileiras como a expansão de experiências culturais e até mesmo o engajamento da sociedade civil em iniciativas relacionadas à política.
Conforme detalha, o índice é baseado em 31 métricas, divididas em cinco grupos:
* volume de negócios, que representa 30% no indicador;
* capital humano, que determina outros 30%;
* troca de informações ou a conectividade das cidades têm peso de 15%;
* experiência cultural responde por 15%, e
* engajamento político, por 10%.
“O aumento do peso relacionado com as atividades de serviços contribuiu para a subida no ranking de várias cidades”, resume Essle. “Não significa que está mais fácil fazer negócios no Brasil do que antes. Mas, com a gradual reversão da globalização algumas cidades brasileiras têm aumentado as suas conexões e a qualidade dos serviços e se aproximado de outras cidades internacionais”, acrescenta.
Segundo o sócio da Kearney, o fato de as seis cidades brasileiras listadas no ranking serem capitais estaduais é mais coincidência do que critério, pois municípios do interior também podem vir a aparecer no ranking futuramente.
Os fundamentos do ranking, de acordo com ele, estão mais centrados nos elementos que tornam as cidades vibrantes tanto em aspectos econômicos quanto culturais e de lazer. Nota-se, neste sentido, a ausência de Brasília, por exemplo, que é a capital do país, mas não reúne os elementos para estar na lista, na visão dos especialistas da consultoria.
Cenário internacional
Ao observar as dez primeiras colocadas, conforme destaca Essle, as métricas
determinantes que reúnem negócios, capital humano, experiência cultural e
conectividade a ponto de ser um “hub” regional ou global ficam evidentes.
A primeira da lista é Nova York, seguida por Londres, Paris e Tóquio – as quatro mantêm as suas posições intocadas há anos. Já Cingapura (quinto lugar) subiu duas posições, enquanto Pequim (sexta colocada) perdeu uma), Los Angeles (sétima) subiu uma, e Xangai (oitava) avançou cinco. O “top dez” conta deste ano conta ainda com Hong Kong (nona) e Chicago (décima).