Ícone do site Jornal O Sul

Porto Alegre mantém vacinação contra a poliomielite

O esquema prevê três doses para bebês (aos 2, 4 e 6 meses de vida) e duas doses de reforço, uma aos 15 meses (1 ano e 3 meses) e a segunda aos 4 anos (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Porto Alegre vai manter a vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil). A vacina seguirá disponível em todas as unidades de saúde para o público etário com indicação no calendário oficial de rotina do PNI (Programa Nacional de Imunizações).

O esquema prevê três doses para bebês (aos 2, 4 e 6 meses de vida) e duas doses de reforço, uma aos 15 meses (1 ano e 3 meses) e a segunda aos 4 anos. Caso o esquema vacinal esteja atrasado, a criança pode receber doses até completar 5 anos de idade.

De acordo com informação do Relatório de Gestão da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), no segundo quadrimestre a cobertura vacinal (calculada sempre com doses aplicadas em crianças com menos de um ano) contra pólio é de 76,5%.

No primeiro quadrimestre, o percentual ficou em 71,7%, mesmo índice verificado em todo ano de 2021. Para conter o risco de transmissão do poliovírus – causador da poliomielite – são necessários 95% de cobertura vacinal atingidos.

Mesmo após o fim da campanha nacional nesta sexta-feira, 21, a vacina contra poliomielite seguirá disponível em todas as unidades de saúde de Porto Alegre, com atendimento de acordo com o horário de funcionamento de cada local.

Situação

Em julho de 2022, os Estados Unidos registraram um caso de pólio: foi o primeiro em quase uma década. A pessoa não era vacinada. Países como o Paquistão e o Afeganistão apresentam cenário epidemiológico em que a poliomielite é doença endêmica, ou seja, o vírus circula.

Com o tráfego aéreo constante, é essencial que as coberturas vacinais sejam superiores a 95% para proteger as populações. O Brasil não atinge a meta desde 2015. Em Porto Alegre, o percentual vem diminuindo também no mesmo período.

Essa situação coloca a cidade e o país em risco de reintrodução do vírus, especialmente se considerado o tráfego internacional de pessoas em viagens pelo mundo e a forma de transmissão do vírus. Recentemente, o Ministério da Saúde informou a investigação de uma suspeita de poliomielite no Norte do país, mas foi descartada.

A enfermeira Renata Capponi, chefe do Núcleo de Imunizações Zona Sul da Secretaria Municipal de Saúde, destaca a importância de as crianças serem vacinadas. “Estamos em alto risco para reintrodução do vírus no país, e ele não circula no Brasil desde 1989”. Ela lembra também a gravidade da doença. “A criança pode ir dormir com febre e, em casos graves, no dia seguinte, acordar sem movimentos nas pernas de forma permanente”, destaca.

Sair da versão mobile