Porto Alegre possui atualmente uma frota de 866.269 veículos automotores, 10.927 a mais do que no ano passado, de acordo com um levantamento da Abramet/RS (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego do RS) realizado com dados do DetranRS (Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul).
Segundo a entidade, em razão do grande número de veículos circulando pelas ruas e avenidas da Capital, agora os congestionamentos existem em horários variados na cidade, como no meio da tarde, por exemplo.
Na Região Metropolitana, o município de Canoas lidera a quantidade de veículos, com 223.904, seguido por Novo Hamburgo e Gravataí, com frotas de 174.010 e 173.849 veículos, respectivamente. Depois, aparecem Viamão, que tem 143.232 veículos, e São Leopoldo, com 140.374.
No total, Porto Alegre e as cidades da Região Metropolitana somam, juntas, mais de 1,4 milhão de veículos. Na análise do presidente da Abramet-RS, Ricardo Hegele, esse aumento na quantidade de veículos trafegando sobrecarrega a infraestrutura viária da Capital e da Região Metropolitana, que não foi dimensionada e não está preparada para absorver o impacto dessa quantidade crescente.
“Existe um aporte diário e crescente nas vias urbanas de Porto Alegre por conta dos veículos oriundos das cidades de Viamão e Alvorada. Esse movimento pendular de deslocamento entre uma cidade e outra aumenta muito o número de veículos utilizando ruas e avenidas que não foram dimensionadas para esse volume”, explicou.
Semáforos
A Abramet-RS também verificou junto à EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) o número de sinaleiras na cidade. Porto Alegre tem 11.072 semáforos, os quais são gerenciados por cerca de 900 controladores de programação semafórica. “Embora os controladores trabalham para otimizar o tempo de espera e melhorar o fluxo, a quantidade de veículos ainda sobrecarrega o sistema, resultando em congestionamentos mesmo fora dos horários tradicionais de pico. O ideal seria que todos os semáforos pudessem ser ‘inteligentes’, adequando o tempo do sinal de acordo com o fluxo de veículos”, explicou Hegele.
Na avaliação da Abramet-RS, além de dificultar a mobilidade urbana, os engarrafamentos contínuos podem afetar a qualidade de vida da população, aumentando o nível de estresse, ansiedade, além do cansaço e da fadiga, que também comprometem a segurança de todos no trânsito.
Conforme a entidade, adotar soluções sustentáveis e inovadoras é fundamental para garantir a mobilidade urbana e melhorar a qualidade de vida. Diante dessa situação, alguns especialistas sugerem medidas que vão desde o aumento da capacidade do transporte coletivo e a criação de vias exclusivas para ônibus e bicicletas até o incentivo ao uso de alternativas como caronas solidárias. A integração de tecnologias avançadas, como sistemas de controle de tráfego adaptativo, também pode ser uma alternativa para melhorar a fluidez.