O Brasil comemora neste ano, no dia 7 de setembro, o bicentenário da independência do País. Para a celebração da data, o Brasil “encomendou” um objeto inusitado: o coração de Dom Pedro I que está na cidade do Porto, em Portugal. O presidente da Câmara Municipal da cidade portuguesa, Rui Moreira, cedeu a autorização para que o órgão fosse transportado até o Brasil.
Ainda não há uma data definida para a vinda do coração de Dom Pedro, mas Moreira já informou que o órgão será trazido ao Brasil por um avião da Força Aérea Brasileira, em um ambiente pressurizado.
A viagem só foi autorizada após uma perícia cuidadosa de cinco horas, realizada para garantir que o coração não fosse danificado – afinal, o objeto tem 187 anos. Moreira ainda frisou que acompanhará pessoalmente o transporte do “tesouro”. Também será exigido um compromisso de estado entre os dois países.
O coração do ex-imperador está guardado na igreja Irmandade de Nossa Senhora da Lapa desde 1835. Ele morreu aos 35 anos, vítima de tuberculose. O próprio Dom Pedro quis que o órgão ficasse em Porto em um gesto de gratidão aos moradores da cidade, que o apoiaram durante a guerra entre 1932 e 1934 contra os absolutistas liderados por seu irmão, Dom Miguel.
Dentro da igreja, o coração está protegido por cinco chaves. A primeira abre uma porta pesada de metal. Depois, é necessário remover redes de ferro com duas chaves. A quarta abre uma urna. Ainda é necessária uma quinta chave para chegar à caixa de madeira onde está o órgão mergulhado em formol.
O Brasil ainda não definiu como o coração será utilizado nas comemorações do bicentenário da Independência.
Pedro I é símbolo da independência brasileira, mas tem importância também em Portugal. A pedido do imperador, seu coração permaneceu na cidade portuguesa e seu corpo foi levado para o país que ajudou a tornar independente.
Artes musicais
Sabe-se, ainda, que o Imperador teve formação musical bastante esmerada, tendo sido aluno de mestres como o Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Tocava clarineta, fagote e violoncelo. Dele se conhece uma Abertura, executada no Teatro Italiano de Paris (1832), um Credo, um Te Deum, o Hino da Carta, adotado posteriormente como Hino Nacional Português (até 1910), e o Hino da Independência do Brasil. Seu nome de batismo é Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.