Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de abril de 2024
Declaração do governo vai contra as falas do presidente Marcelo Rebelo de Sousa (D) que disse que país é responsável por crimes cometidos durante a escravidão e a era colonial
Foto: ReproduçãoO governo português afirmou este sábado (27), em comunicado um do Conselho de Ministros, que não há qualquer plano para um processo de reparação histórica pelo colonialismo e pelos crimes cometidos durante a escravidão.
A declaração do primeiro-ministro do país, Luís Montenegro, vem depois das falas do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, na última terça-feira (23), durante um jantar com a imprensa estrangeira em Portugal. Na ocasião, o líder português afirmou que o país deveria “pagar os custos” dos crimes cometidos durante o período colonial.
“Sobre a questão da reparação a esses Estados e aos seus povos pelo passado colonial português, é importante ressaltar que o atual governo se pauta pela mesma linha dos governos anteriores”, disse o premiê por meio de uma nota. “Não esteve e não está em pauta nenhum processo ou programa de ações específicas com esse propósito”, complementa.
O governo português diz que já realiza ao longo dos anos “gestos e programas de cooperação de reconhecimento da verdade histórica com isenção e imparcialidade”. “A linha do governo português é e será sempre esta: aprofundamento das relações mútuas, respeito pela verdade histórica e cooperação cada vez mais intensa e estreita, na reconciliação de povos irmãos”, completou o premiê.
Portugal traficou quase 6 milhões de africanos, mais do que qualquer outra nação europeia. Países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde e Timor Leste, bem como partes da Índia, foram submetidos ao domínio português.