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Por Redação O Sul | 28 de abril de 2020
A quarentena em Portugal, que fechou a maioria dos serviços considerados não essenciais em março para conter a disseminação do novo coronavírus, começará a ser suspensa de forma gradual a partir de 3 de maio. A informação foi dada pelo próprio presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que nesta terça-feira anunciou o fim do estado de emergência para o próximo domingo. A retomada das atividades, no entanto, acontecerá por etapas.
“O que importa nesta nova fase é que os portugueses saibam que os cuidados continuam sendo importantes. Por isso devemos dar pequenos passos e estar sempre avaliando a situação”, disse Sousa em uma entrevista.
O país tem 24.322 casos confirmados do novo coronavírus e 948 mortes por causa da doença, enquanto na vizinha Espanha já ocorreram mais de 23 mil óbitos.
O país declarou estado de emergência em 18 de março, quando o número de mortos era de apenas dois, com cerca de 642 casos confirmados. Desde 1º de março, Portugal realizou 370 mil testes da doença, uma das mais altas taxas de testagem do mundo.
Mesmo antes do início do estado de emergência, o governo fechou escolas e boates, proibiu reuniões entre grupos numerosos, suspendeu voos com destino à Itália e interrompeu o turismo com a Espanha. A estratégia completa, que só será anunciada em 30 de abril, não acabará com todas as restrições. Segundo o presidente, algumas vão permanecer em vigor:
“O fim do estado de emergência não é o fim do surto, não será o fim do controle”, disse.
Segundo informou o jornal português Público no domingo, pequenas lojas serão reabertas em 4 de maio, enquanto creches e shoppings só serão abertos em 1º de junho.
Em 18 de abril, o primeiro-ministro Antonio Costa disse que esperava relaxar as restrições a escolas, lojas, restaurantes e espaços culturais a partir de maio, mas isso exigiria novas regras para manter a segurança das pessoas. À época, ele também disse que poderia haver limites para o número de pessoas que nas praias.
Costa também havia dito que ainda não estava claro quando os eventos, como festivais de música, poderiam ocorrer, mas que os cinemas poderiam reabrir mais cedo sob novas restrições. As partidas da liga portuguesa de futebol deverão retornar, mas sem torcida ou permitindo apenas aqueles que já garantiram ingressos para a temporada.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro disse que o uso de equipamentos de proteção seria essencial à medida que as atividades econômicas fossem reabertas, e as pessoas começassem a sair de casa. A pandemia deve deixar cicatrizes duradouras na economia portuguesa. O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que o produto interno bruto do país irá se reduzir em 8% este ano. As informações são da agência de notícias Reuters.