Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2023
A cerimônia de posse da nova ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, gerou filas no Palácio do Planalto, que chegou a dar volta ao redor do prédio. Quem não conseguiu entrar, assistiu em telão montado do lado de fora.
O evento, concorrido, marcou a segunda vez que Marina assumirá a pasta. Ela foi ministra do Meio Ambiente nos seis primeiros anos dos mandatos do presidente Lula.
O retorno de Marina à pasta e a uma aliança com o PT ocorre em 15 anos após a política deixar o cargo e o Partido dos Trabalhadores, concorrer três vezes à Presidência por outras siglas e fundar o partido Rede.
A reaproximação de Lula com Marina se deu durante a campanha eleitoral deste ano, quando o petista derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula tem repetido em discursos, inclusive no exterior, que dará destaque à agenda de preservação ambiental e de combate às mudanças do clima.
Discurso
Em seu discurso de posse, a ministra fez críticas à gestão anterior, disse que o Brasil deixará de ser um pária ambiental e anunciou novas secretarias dentro da pasta, como a de Controle ao Desmatamento.
Marina citou políticas ambientais adotadas pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro que, segundo ela, foram um “desrespeito com o patrimônio socioambiental brasileiro”.
Ela fez referência à expressão “passar a boiada”, usada pelo ex-ministro Ricardo Salles, do governo Bolsonaro, quando ele defendeu a aprovação de flexibilizações ambientais em meio à pandemia de covid.
“Boiadas passaram por onde deveria passar apenas proteção. Vários parlamentares se colocaram à frente de todo esse processo de desmonte”, afirmou.
Marina disse que o Brasil deixará de ser um “pária ambiental” e passará a ter “o melhor cartão de visita” na comunidade internacional.
“Vamos ter uma ação que respeita o multilateralismo, mas vamos atuar internamente para que o Brasil volte, em vez de pária ambiental, ser o país que vai nos ajudar a finalizar o acordo com o Mercosul, que a gente consiga trazer os investimentos, que consiga abrir o mercado para nossos produtos, que a gente deixe de ser o pior cartão de visitas para nossos interesses estratégicos e passe a ser o melhor cartão de visita.”
A ministra também criticou o que, para ela, foi um desmonte do governo anterior nos órgãos de defesa do meio ambiente. Para ela, os servidores tiveram “resistência” para continuar fazendo o trabalho.
“Todos os servidores públicos federais, que fizeram resistência na Anvisa, dentro de órgãos públicos, porque quando tudo falha, o que fica são as instituições públicas fortes, as políticas públicas bem desenhadas e servidores públicos competentes e bem comprometidos. Em sua pessoa faço uma homenagem a todos eles. Inclusive nossos companheiros da Anvisa, fundamentais nesse processo na pandemia”, declarou.