A posse de Cristiano Zanin como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde da última quinta-feira (3), teve um sujeito oculto dominante: o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
Entre os mais de 800 presentes, entre políticos e figuras do universo jurídico, era possível entreouvir uma série de piadas e provocações ao ex-juiz, que, obviamente, não foi ao evento.
“Hoje, o Moro só dorme à base de rivotril”, disse um aliado do presidente Lula (PT).
O petista chegou à posse de Zanin e foi direto para uma sala reservada. Lula cumprimentou os demais integrantes do Supremo e circulou entre diversas rodas, mas a atenção que devotou a uma pessoa chamou atenção dos demais: ele dedicou um bom tempo a conversas com o presidente do Superior Tribunal Militar, o ministro Joseli Parente Camelo.
Zanin
O advogado Cristiano Zanin, de 47 anos, tomou posse como ministro do Supremo após a vaga deixada pela aposentadoria de Ricardo Lewandowski. A cerimônia aconteceu presencialmente no plenário do STF e contou com a presença de familiares, amigos, da cúpula da República e autoridades dos Três Poderes, incluindo Lula e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Zanin teve a nomeação confirmada pelo presidente da República no início de junho. O Senado aprovou a indicação no dia 21 do mesmo mês. Ele poderá ficar no Supremo até 2050, quando completa 75 anos e deverá se aposentar compulsoriamente.
Ex-advogado de Lula, Zanin teve a nomeação confirmada pelo petista no início de junho. O Senado aprovou com 58 votos a favor e 18 contrários no dia 21 de junho. Eram necessários 41 votos para a aprovação. Ele poderá ficar no Supremo até 2050, quando completa 75 anos e deverá se aposentar compulsoriamente.
O novo integrante do Supremo escolheu onze pessoas para serem seus auxiliares. Nove deles atuaram com o seu antecessor na Corte, ministro Ricardo Lewandowski.
Magistrados do STF elogiaram a escolha do advogado de Lula para integrar a Corte, mas o processo foi permeado por críticas da oposição ao governo, pelo fato de o advogado ter atuado na defesa do petista nos processos da Operação Lava-Jato que o levaram à prisão em Curitiba.
Setores da sociedade, incluindo uma ala da esquerda, também criticaram a escolha, por virem a importância de que fosse indicada uma mulher negra na cadeira disponível na Suprema Corte.
Natural de Piracicaba, Zanin engrossará o grupo de paulistas do STF, que já conta com André Mendonça, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes.
O Tribunal tem dois magistrados fluminenses (Roberto Barroso e Luiz Fux) e dois gaúchos (Rosa Weber e Edson Fachin). Completam a composição Cármen Lúcia (MG), Gilmar Mendes (MT) e Nunes Marques (PI).