A declaração do prefeito do Rio, Eduardo Paes, de que com o cumprimento do calendário que prevê vacinação de toda a população acima de 18 anos até 23 de outubro, o Rio pode ter réveillon e o carnaval em 2022 animou os setores envolvidos nessas duas grandes festas e quem vive desses eventos. A meta da prefeitura é imunizar, até lá, 4.751.823 cariocas, o que equivale a 90% da população adulta da cidade. Paes não descarta também liberar eventos-testes, como shows desde que sejam seguidos os protocolos.
Apesar de o cumprimento do calendário de vacinação ainda depender da manutenção dos prazos de entrega das doses pelo Ministério da Saúde, o anúncio da possibilidade de esses eventos voltarem a ser realizados, feito pelo prefeito nesta manhã em entrevista no Centro de Operações Rio, foi suficiente para dar uma injeção de ânimo naqueles que dependem dessas duas grandes festas. Alfredo Lopes, presidente e conselheiro da Associação de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH), disse que a declaração de Eduardo Paes soa “como música”, para o setor, que tem os dois eventos como importantes fontes de receita.
“Na realidade, essa declaração do prefeito soa para a gente como música, porque são as duas maiores festas do calendário da cidade. O carnaval é a maior festa, seguida pelo réveillon e, sem dúvida estamos com grande expectativa e animação de que realmente estas festas sejam executadas”, comemorou Lopes, frisando a importância de não haver atraso no calendário da vacinação.
A animação do setor pode resultar na captação de uma série de eventos, que poderiam funcionar como uma espécie de “esquenta”, enquanto o réveillon e o carnaval não chegam, mas tudo isso ainda depende de liberação da prefeitura, para abertura da captação de recursos e divulgação de calendário, segundo a ABIH-RJ. Segundo dados da associação, a taxa média de ocupação hoteleira na cidade durante o réveillon de 2020 ficou em 62,36%, contra 99% em 2019. Já no carnaval foi de 63% em 2020, contra 93% no fechamento do ano anterior, sendo que nos dois casos a público foi predominantemente de turista nacional.
Animado com a declaração do prefeito, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, já planeja fazer a maior festa de todos os tempos no sambódromo, que ele chamou de “carnaval da superação”. Porém, cauteloso, já prevê a possibilidade de o desfile ser realizado em julho de 2022, nos dias 13 e 14, caso haja atraso na vacinação ou ocorra uma possível nova onda da Covid-19, inviabilizando os desfiles em fevereiro, nos dias 27 e 28, como previsto.
As duas possibilidades de datas vão constar do contrato para realização do evento que a Liesa espera assinar com a prefeitura até o fim do mês para realização dos desfiles. Objetivo de incluir as duas possibilidades de datas é encurtar a burocracia, em caso de necessidade de adiamento e dar mais segurança para quem comprar antecipadamente frisas ou camarotes, por exemplo.
“Estou trabalhando a hipótese de fevereiro, mas caso não haja (o carnaval) temos um plano B ou coisa que o valha. Mas a ideia é ter em fevereiro. E, não é porque é nossa administração, mas vai ser o maior carnaval de todos os tempos, porque ninguém estava acostumado a passar dois anos sem carnaval. O povo está ávido de ver um grande espetáculo. As escolas estão doidas para preparar um grande desfile”, afirmou.
Segundo Perlingeiro, esse longo período sem desfiles na Sapucaí e com as quadras fechadas deixou as escolas numa situação difícil. Sobre a possibilidade de ter o carnaval em fevereiro, disse que a interdição da Cidade do Samba não será problema, porque as exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros, como instalações de equipamentos de combate a incêndio já foram cumpridas e após a vistoria, prevista para a semana que vem, a expectativa é de que a liberação ocorra em breve.