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“Pragmatismo” leva Lula a se reaproximar de Lira

O presidente eleito Lula busca reaproximação com o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, porque tem experiência e até um histórico que recomendam não perder tempo com brigas inglórias. Até porque o PT e aliados, não têm votos para derrotar a candidatura de Lira à reeleição na Câmara, no início de fevereiro. A aliança ainda põe o Centrão com um pé na base governista. Lula não esquece: governos do PT se deram muito mal quando tentaram impor um presidente da Casa.

Deu errado

Presidente, Lula tentou impor o detestável Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e acabou favorecendo a eleição de Severino Cavalcante (P-PE).

Deu pior

Dilma escolheu Arlindo Chinaglia (SP), antipático como Greenhalgh, e acabou fortalecendo a eleição de Eduardo Cunha (MDB-RJ)

Deu impeachment

Se Lula comeu o pão que o diabo amassou com Severino, Dilma viu seu governo paralisado por Cunha, que ainda viabilizou o seu impeachment.

Sem cargos

Lira não exigiu cargos de Lula, assim como não impôs isso a Bolsonaro. Mas, como aliado, certamente não terá dificuldades, caso os reivindique.

Empresas gastam R$181 bi para pagar impostos

Empresas brasileiras gastam R$181 bilhões por ano para atenderem o complexo sistema tributário. São mais de 4.600 normas no total. Desde a promulgação da Constituição, em 1988, foram criadas 390 mil normas tributárias, média de 37 novas ao dia. O tema foi discutido em almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, que acabou com o triste aviso do deputado José Neto (PT-BA), no evento, de que o novo governo promete ainda mais regras e não a desburocratização dessa área.

Estrutura mofada

José Neto foi o principal autor da nota publicada após o almoço, que prometeu ressuscitar o Ministério da Indústria e Comércio.

Tarados por normas

A cada reunião trimestral do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), são criadas, em média, 100 novas normas tributárias.

Cavaleiros da desdita

O Confaz reúne os secretários estaduais de Fazenda e dita regulação, isenções e incentivos tributários estaduais, principalmente o ICMS.

Cargo não empolga

O ex-presidente do TCU José Múcio Monteiro foi sondado para assumir o Ministério da Defesa, mas ele não se empolgou muito com a ideia. É que, agora na iniciativa privada, Múcio teria enorme prejuízo. E até trabalharia de graça, porque sua aposentadoria já está no teto do serviço público.

Repeteco à vista

Somando quase 70 pessoas com passagens na polícia, a equipe de transição, espécie de prévia do futuro governo, sinaliza um futuro sombrio para os lulistas com repeteco de Mensalão, Petrolão etc.

Mais um enrolado

Tem causado espanto na Transição a ousada do enroladíssimo senador Eduardo Braga de virar ministro de Minas e Energia. Logo ele, que na campanha derrotada no Amazonas foi alvo de graves denúncias.

Impacto bilionário

O aumento de 50% aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo para o funcionalismo público estadual (começando pelo governador) vai custar R$1,7 bilhão aos pagadores de impostos.

Censura exposta

O deputado federal reeleito Osmar Terra (MDB-RS) comemorou a promessa de Elon Musk de abrir os arquivos do Twitter sobre a supressão da liberdade de expressão: “o público merece saber”.

O escolhido de Lula

Ao desembarcar em Brasília na companhia de Fernando Haddad, Lula demonstrou que se o campeão em derrotas eleitorais deve virar mesmo ministro da Fazenda. Ou ocupará cargo muito importante no governo.

Muito e pouco

Esta semana o planeta chega a 13 bilhões de doses de vacinas aplicadas desde o início da campanha de imunização contra a covid. Mas quase um terço da população mundial não recebeu uma vacina.

Coisa do passado?

Nesta segunda e terça-feira (29), assuntos ligados à Copa do Mundo e ao futebol dominaram as buscas na internet, no Brasil, segundo dados do Google Trends. Política e eleições não figuram nem no Top 20.

Pensando bem…

…quem tem pressa come diploma frio.

PODER SEM PUDOR

Diálogo de surdos

O editor Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores e Livreiros, encontrou em 2003, no Rio, o poeta Wally Salomão, espécie de hippie simpático que parecia ter chegado, a pé, do festival de Woodstock, para assumir a Secretaria do Livro e da Leitura, do Ministério da Cultura. Os dois conversaram animadamente durante mais de uma hora, mas, ao final, entre desolado e divertido, Rocco desabafou com um amigo: “Não entendi nada do que ele falou, assim como estou certo de que ele não entendeu nada do que eu disse.”

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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