Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2024
Durante uma audiência geral na manhã dessa quarta-feira (17), o papa Francisco afirmou que o prazer sexual é um “presente de Deus”. O pontífice falou com fiéis na sala Paulo VI sobre o vício da luxúria.
Ele diz que no cristianismo não há “condenação do instinto sexual”. Para o argentino, o prazer sexual deve ser valorizado, mas é “minado pela pornografia”, já que a “satisfação sem relacionamento” pode gerar “formas de dependência”.
“Vencer a batalha contra a luxúria, contra a ‘objetificação’ do outro, pode ser uma empreitada ao longo da vida. O verdadeiro amor não possui, ele se doa; servir é melhor do que conquistar. Porque se não há amor, a vida é triste, é uma solidão triste.”
O Papa ainda falou que castidade e abstinência sexual não são a mesma coisa. Ele explicou que esta virtude deve estar “ligada à vontade de nunca possuir o outro”. O pontífice ainda classificou a luxúria como um “vício perigoso”.
“A castidade é uma virtude que não pode ser confundida com a abstinência sexual. Não, a castidade vai além da abstinência, é a vontade de jamais possuir o outro. Amar é respeitar o outro, buscar sua felicidade, cultivar empatia pelos seus sentimentos, se dedicar ao conhecimento de um corpo e de uma alma que não são os nossos”, declarou.
“Quantos relacionamentos que começaram da melhor maneira possível acabaram se tornando relações tóxicas, de posse do outro, carentes de respeito e senso de limites? Devemos defender o amor, o amor do coração, da mente, do corpo, o amor puro no ato de se entregar ao outro. E esta é a beleza da relação sexual.”
Bênção
Em um documento publicado em 18 de dezembro e aprovado pelo Papa Francisco, o Dicastério para a Doutrina da Fé autorizou a bênção de casais “irregulares” aos olhos da Igreja, incluindo casais que contraíram matrimônio mais de uma vez e casais do mesmo sexo, desde que essa bênção fosse realizada fora dos rituais litúrgicos.
A Igreja entendeu que “as pessoas que procuram o amor e a misericórdia de Deus” não devem ser sujeitas a “uma análise moral exaustiva”.
Entretanto, duas semanas depois, o Vaticano esclareceu que as bênçãos para os homossexuais “não são ritualizadas” e que se caracterizam “pela simplicidade e brevidade da sua forma” porque “não pretendem justificar algo que não é moralmente aceitável”. As informações são do jornal O Globo e da agência de notícias Ansa.