Ícone do site Jornal O Sul

Pré-candidato à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro disse que os seus posicionamentos sobre a economia brasileira têm “evoluído” ao longo do tempo

Diferentemente do que mostram declarações do passado, presidenciável diz hoje que nunca falou em intervenção. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Pré-candidato do PSL à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) afirmou nesta terça-feira (22) que os seus posicionamentos sobre a economia brasileira têm “evoluído” ao longo do tempo e que o intuito é se aproximar do pensamento defendido pelo economista de orientação liberal Paulo Guedes, que o assessora na campanha, mas de forma a encontrar um “meio termo”, como no tocante às privatizações.

“Tenho consciência que temos que nos aproximar das ideias do Guedes. Não 100%, mas quem sabe 95%”, afirmou Bolsonaro em uma entrevista à rádio Jovem Pan. Ele foi questionado se as ideias econômicas que tem defendido nessa corrida presidencial não contrastam com seu histórico parlamentar, com a defesa de visões setoriais, principalmente relacionadas às Forças Armadas, e estatizantes. O parlamentar fluminense retrucou e deu como exemplo a sua atuação em relação à área de petróleo e gás. Em 2016, na votação que retirou a obrigatoriedade da Petrobras para operar os campos do pré-sal, Bolsonaro votou a favor.

O pré-candidato foi instado a falar sobre qual seria o seu plano econômico. Ele disse que concorda com um plano de privatização, mas ressaltou que determinadas coisas são “estratégicas”. “Não podemos jogar para cima tudo que temos”, disse, sem citar quais áreas ou empresas continuariam sob o guarda-chuva estatal, mas destacou que mesmo que tudo fosse privatizado, como chegou a defender Guedes, o montante arrecadado seria suficiente para abater apenas 20% da dívida pública.

O deputado reiterou o que disse na segunda-feira (21), no Rio de Janeiro, defendendo uma lei trabalhista que “beire a informalidade” como forma de conter o desemprego no País. “Melhor menos direitos e mais emprego”, afirmou.

Policial

O PSL, partido de Bolsonaro, convidou a cabo da PM (Polícia Militar) Kátia Sastre para ser candidata a deputada estadual pela sigla em São Paulo. Kátia, 42 anos, ficou famosa no País, no dia 12 de maio (véspera do Dia das Mães), quando reagiu a uma tentativa de assalto na frente da escola da filha, em Suzano (SP). Ela, que estava à paisana e armada na ocasião, matou com três tiros o criminoso, identificado como Elivelton Moreira.

O convite para ela se candidatar a deputada estadual pelo PSL partiu do diretório estadual de São Paulo, que é presidido pelo deputado federal Major Olímpio. De acordo com o parlamentar, a cabo ainda não definiu se aceitará ou não o convite. Procurada pela imprensa para falar sobre o convite, a PM evitou fazer comentários, limitando-se a declarar que não quer “ainda dar esse tipo de informação”.

Por ser policial militar da ativa, a agente não precisa se filiar previamente a um partido para concorrer, bastando o registro de candidatura após escolha pela convenção da sigla. Para civis e militares da reserva, o prazo de filiação para as eleições de 2018 terminou no dia 7 de abril.

O PSL não tem deputados estaduais em São Paulo. Na Câmara dos Deputados, em Brasília, tem hoje oito parlamentares e possui planos de expandir a bancada nas eleições de 2018.

Sair da versão mobile