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Por Redação O Sul | 26 de junho de 2018
Com apenas 1% nas pesquisas de intenção de voto, o pré-candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles, disse que está disposto a financiar integralmente sua campanha – quantia que pode chegar a R$ 70 milhões, de acordo com a legislação – se o partido não entrar com recursos.
Em entrevista à imprensa, ele garantiu que não vai desistir de sua candidatura, mesmo com o baixo índice de intenção de votos apontado pelas pesquisas, que prefere um partido com políticos enrolados na Justiça, como o MDB, a uma legenda que tenha “dono” e minimizou a eventual participação do presidente Michel Temer em sua campanha.
O ex-ministro tampouco defende o presidente das acusações imputadas a ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e se apresenta como um candidato que faz e se assume como responsável pela política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e pela melhoria em alguns indicadores econômicos na gestão Temer.
Ainda segundo ele, a responsabilidade pela derrocada da economia brasileira é da então presidenta Dilma Rousseff (2011-2016), governo do qual não participou.
O presidenciável defende a PEC (proposta de emenda à Constituição) do Teto de Gastos – que limita despesas públicas por 20 anos, a redução do tamanho do Estado e o crescimento econômico como algumas das principais condições para fazer a divisão do bolo com a sociedade.
De acordo com Meirelles, a economia pode crescer até 4% em seu eventual primeiro mandato. “A fase de sangue e lágrimas já foi superada”, avaliou.
Autofinanciamento
Financiar a própria candidatura é uma realidade para Meirelles. Antes de se tornar ministro da Fazenda, ele recebeu R$ 217 milhões em pagamentos por consultorias.
Entre 2012 e 2016, como presidente do conselho de administração da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, recebeu outros R$ 180 milhões. Em 2002, quando se elegeu deputado federal pelo PSDB de Goiás, ele declarou à Justiça eleitoral possuir um patrimônio de R$ 42 milhões.
MDB
Sobre o apoio do MDB, sigla do atual presidente da República, Meirelles mencionou o fato de que a primeira pessoa que quis que ele fosse candidato foi o senador Romero Jucá, presidente do partido:
“O próprio presidente Temer fez o lançamento do meu nome. Já fui aos Estados que têm o maior número de convencionais. Já fiz uma reunião em São Paulo e o diretório eu acho que está unido e o do Rio de Janeiro, em peso.”
Ele disse, ainda, que a impopularidade de Temer “não ajuda nem atrapalha, porque o fato é que a população está tendo a sua situação pessoal”.
Ele preferiu citar que as pesquisas estariam mostrando uma melhora em seu desempenho. “Isso será o tema fundamental da minha campanha”, antecipou. “Ele [Temer] tem totais condições, pelo jurista que é e por ter excelentes advogados, de se defender, colocar os seus argumentos e apontar eventuais problemas.”
Lula
“Não podemos esquecer de quem era o presidente do Banco Central do governo Lula. Era eu”, salientou. “Nos dois mandatos dele, fizemos uma política monetária responsável, dura e que manteve a inflação controlada. A política fiscal foi muito contracionista e depois de 2008 foi expansionista.”
Meirelles finalizou dizendo: “O que a população tem saudades não é da política econômica, mas da época que podia viajar mais, podia comprar uma televisão nova. Não é saudade do Lula, mas saudade do poder de compra”.