Os congressistas ainda não se deram conta do valor do projeto de lei anticrime anunciado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. A iniciativa representa o passo que não havia sido dado em outras gestões. É o começo da caminhada para tornar mais rígido o Código Penal, o Código de Processo Penal, a Lei de Execução Penal, a Lei de Crimes Hediondos e o Código Eleitoral, além de criar mecanismos para agilizar a Justiça.
Não será como quer
O futuro presidente do Banrisul, Claudio Coutinho, pretendia nomear sete diretores com perfil técnico. Terá de se contentar com quatro. Outros três serão escolhidos por partidos políticos, que fizeram pressão muito forte. A cúpula do Palácio Piratini não resistiu, mas promete submeter os indicados a um filtro para conferir a habilitação.
Visão atual
O então deputado federal Ulysses Guimarães, presidente da Constituinte, costumava dizer que ninguém tem o controle da situação nos momentos de crise: “A única autoridade que governa o caminho é Sua Excelência, o fato. Diante dele, as coisas vão seguindo o destino”. Interpretação encaixa com o que acontece na Venezuela.
Perdas irreversíveis
Oito amigos reuniram-se ontem no café de um shopping em Porto Alegre. Seis deles, vinculados a fundos de aposentadoria de estatais. Em coro, reclamaram das perdas e se culparam por terem confiado demais nas direções. A debacle demonstra que os recursos dos fundos não podem ser lançados em aventuras, nem sofrer interferências políticas. A falta de transparência deu origem a falcatruas. Dirigentes, nos últimos 15 anos, jamais falaram nos cuidados para evitar riscos e fracassos.
Nunca pensaram em previsão
A contribuição para a Previdência, em 1923, deu origem aos fundos de aposentadoria e pensão. Durante 35 anos, o dinheiro só entrou para criação e manutenção de reservas que garantissem os pagamentos futuros. Especialistas em cálculo atuarial, como nos demais países do mundo, recomendaram investimentos em ações de empresas sérias. Não foi o que aconteceu.
Causas do naufrágio
Em 1958, quando a Previdência teve de começar a pagar os beneficiários, foi constatado o mau direcionamento. O Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários, conforme mostram dados oficiais, abriu o cofre para a construção de seu edifício-sede, de 25 mil metros quadrados. Um elefante-branco. Mais 2 mil e 336 apartamentos de dois e três quartos para abrigar funcionários públicos que se deslocavam do Rio de Janeiro, antiga capital, para Brasília. Dinheiro que nunca mais voltou e que hoje garantiria aposentadorias dignas e justas.
Outro exemplo
O fundo de reserva do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Bancários pagou, sem qualquer retorno, a construção de 456 apartamentos, todos de quatro quartos e alto luxo, no período em que surgia Brasília, além de 300 apartamentos com três quartos. Para arrematar e não deixar mal a elite do governo, foram mais 152 casas para autoridades, tipo mansão, todas com 1 mil e 500 metros quadrados, piscina, quadras de esporte, áreas verdes e de recreação. Afinal, no Brasil, passar bem é um privilégio de alguns, quando os recursos estão dando sopa.
Fixação de imagem
Esta coluna citou ontem o deputado federal Boca Aberta. Seria injustiça não incluir no rol de curiosidades da Câmara o deputado Nelson Barbudo, apelido autoexplicável pelo foto em seu site. O verdadeiro nome é Nelson Ned Previdente, integrante da a bancada do PSL de Mato Grosso.
Inconformados
A 4 de março de 1839, o ministro da Guerra do Império, general Sebastião do Rego Barros, embarcou no Rio de Janeiro para chegar à Província de São Pedro do Rio Grande. O objetivo era superar o descontentamento na tropa. O recebimento de soldos e fardamentos costumava atrasar muitos meses. Passados 180 anos, não mudou muito.
Sabedoria
Em várias localidades do Interior do Estado, quando a população mais pobre é vítima de más gestões, usa a frase: “A maior causa dos problemas são sempre as soluções”.