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Preços das diárias de hotéis do Rio disparam por causa do show gratuito de Lady Gaga

Cantora americana se apresentará na Praia de Copacabana no dia 3 de maio. (Foto: Reprodução)

O ano de 2025 já está em seu terceiro mês, “ainda ontem” multidões pulavam o carnaval, e milhares já se preparam para o evento mais esperado do semestre, ou, para muitos, dos últimos oito anos: o supershow de Lady Gaga em Copacabana, no dia 3 de maio.

Em 2017 a americana cancelou a aguardada apresentação no Rock in Rio devido a uma internação por fibromialgia, o que deixou muitos fãs desolados. Agora, o show para matar a saudade de Gaga após sua última visita, em 2012, inaugura o Celebration May, nome criado pelo prefeito Eduardo Paes que define maio como o mês em que a cidade recebe um astro ou estrela internacional para uma apresentação gratuita na Praia de Copacabana pelos próximos três anos. Os detalhes da estrutura para o evento de 2025 já estão sendo definidos. O palco, por exemplo, será maior do que o que recebeu Madonna.

“Teremos um palco projetado especialmente para Lady Gaga, com um total de 1.260 metros quadrados. Para facilitar a visão de quem estiver na praia, ele estará a 2,20 metros de altura da base na areia. Ao fundo, como parte do show, um megapainel de LED de última geração. E, ao longo da praia, teremos dez painéis de LED reproduzindo as imagens da apresentação”, adianta Luiz Guilherme Niemeyer, sócio da Bonus Track, produtora do evento “Todo mundo no Rio”.

Dedicação

Pelo lado dos fãs, a espera por Gaga é feita de expectativa e trabalho. Parte dos esforços vem sendo dedicada à criação de novos coletivos e à mobilização dos fã-clubes para ajudar quem mora longe. O Monsters Rio, fundado por Barbara Caldeira e Luiza Segal em janeiro, por exemplo, tem 200 integrantes, ajuda quem vem de longe a se orientar na busca por hospedagem e promove até campanhas voluntárias para chamar atenção dos patrocinadores e ganhar ingressos VIP. Uma das ações estudadas é um mutirão de limpeza da Praia de Copacabana, já que a sustentabilidade é um tema explorado por uma das marcas patrocinadoras.

“Essas campanhas têm mexido com meu lado criativo e me fazem muito feliz. Somos centenas unidos pelo mesmo sonho”, diz Luiza, de 28 anos, advogada e também a mente criativa por trás do fã-clube.

A prova de que a organização de um fã pode levá-lo a se destacar num mar de gente é a saga de Felipe Leão. Em 2019, o carioca escreveu dezenas de cartas, estudou em que parte do show de Lady Gaga deveria jogá-las no palco com base em apresentações anteriores e colocou em prática mais estratégias para chamar a atenção da cantora em Las Vegas (EUA). Até um envelope com o desenho da tatuagem do Rio que ela tem na nuca estampava os envelopes. O resultado? Um abraço demorado, longos minutos com a cantora no palco e no backstage. No texto, uma declaração de amor em nome do Rio e um pedido de desculpas pelas ofensas após o show cancelado de 2017.

“Ela tem um carinho especial pelo Rio. A tatuagem mostra isso, e também a maneira como anunciou este show, ‘Mayhem on the beach’. A pré-turnê vai ao Coachella e à Cidade do México antes, e o Rio foi a única cidade que ganhou um texto em rede social”, argumenta o fã atento.

Segundo o Airbnb, Copacabana é o bairro mais buscado na plataforma de hospedagens, e por um grupo com perfil diferente do da maioria que veio para o show de Madonna: em vez de homens com idade entre 30 e 39 anos, 47% dos fãs de Gaga têm entre 25 e 30 anos, parte millennials, parte Geração Z. Em fevereiro, a procura por acomodação no Rio no mês de maio explodiu após o anúncio do show: aumentou 150 vezes em relação à mesma busca feita em fevereiro do ano passado.

De olho no aumento de passageiros, a Latam programou 14 voos extras na rota São Paulo-Rio para quem for voar de 2 a 4 de maio. Em nota, a empresa informou que, “com estes voos extras, somados aos 62 voos semanais regulares no trecho Guarulhos-Galeão, a companhia aumenta a capacidade para transportar mais de 25 mil passageiros na semana do evento”.

Copacabana já tem dezenas de acomodações esgotadas, e outras com valores de diárias que chegam a três ou quatro vezes os cobrados em outros fins de semana: a estadia de sexta a domingo em um hotel na Rua Santa Clara pode beirar R$ 5 mil.

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