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Prefeito de Criciúma é preso em operação que investiga crimes envolvendo o serviço funerário da cidade

Salvaro está em seu segundo mandato e, portanto, não pode concorrer à reeleição. (Foto: Divulgação)

O prefeito de Criciúma (SC), Clésio Salvaro (PSD), e outras nove pessoas, incluindo agentes públicos e empresários, foram presos nessa terça-feira (3) em uma operação que apura crimes relacionados à concessão de serviço funerário no município do Sul de Santa Catarina. Salvaro está em seu segundo mandato e, portanto, não pode concorrer à reeleição.

Conforme a decisão que autorizou a operação, assinada pela desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer, a investigação teve início após denúncias de possível fraude em um processo licitatório para a contratação de empresas de serviços funerários na cidade.

A apuração aponta que houve alteração na legislação municipal que resultou na redução do número de funerárias habilitadas a operar na cidade. “As investigações revelaram um complexo e permanente esquema de supostos crimes contra a administração pública e consumidores em Criciúma, sobretudo no controle do serviço funerário”, cita o documento.

O prefeito Clésio Salvaro negou participação no crime e afirmou que não há nada que possa incriminá-lo.

De acordo com o despacho, foram encontrados indícios da prática dos seguintes crimes:

– corrupção ativa;

– fraudes de licitação;

– organização criminosa;

– crime contra a ordem econômica.

A ação dessa terça é a segunda fase da Operação Caronte, iniciada em 5 de agosto deste ano, quando buscas foram feitas na sede da prefeitura de Criciúma e na casa do prefeito. Na época, foram cumpridos sete mandados de prisão pelo suposto esquema no serviço funerário.

Outros alvos

Entre os alvos da operação desta quarta, também há servidores da Secretaria de Assistência Social, empresários e funcionário de empresa. Veja quem são os alvos:

– Juliane Abel Barchinski – servidora da secretaria de Assistência Social de Criciúma;

– Juliano da Silva Deolindo – advogado da secretaria de Assistência Social;

– Fábio André Leier – administrador de uma das empresas investigadas;

– Guilherme Mendonça – empresário de Jaraguá do Sul;

– Gilberto Machado Júnior – empresário de São José;

– Eduardo D’Avila – gerente de empresa;

– Luiz Henrique Cavali – gerente de empresa;

– Helio da Rosa Monteiro – empresário;

– Henrique Monteiro – empresário.

Defesa

O que disse o prefeito: Em um vídeo divulgado pela equipe de Clésio Salvaro logo após a confirmação da prisão dele, o prefeito afirmou que um dos grandes projetos dele era regularizar a central funerária da cidade. Além de negar participação em crimes, Salvaro citou questões políticas:

“Eu tenho certeza da minha inocência. Jamais, em momento algum e o processo vai ficar livre. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada, nada, nada que possa me incriminar”, disse o político em um trecho do vídeo.

Veja abaixo que dizem as defesas dos demais alvos:

– Gilberto Machado Junior e Luiz Cavalli: Ambos são defendidos pelo escritório Ferreira & Schaefer Martins Advogados. O advogado Francisco Ferreira diz que ainda não teve acesso à decisão, mas que pelos fatos iniciais entende que não há contemporaneidade, o que não justificaria as prisões.

– Fábio Leier e Guilherme Mendonça: São defendidos pelo advogado Hélio Brasil. Ele alega que não há fatos novos que motivariam a prisão, e que já há denúncia da primeira fase sem que houvesse mudanças no cenário da investigação.

– Eduardo D’Avila: é defendido por William Shinzanto, que foi procurado pela coluna, mas não atendeu à ligação.

– Helio da Rosa Monteiro e Henrique Monteiro: São defendidos por Marco Antonio Colombo Zapellini, que disse que não vai se manifestar antes de se inteirar sobre a investigação.

– Juliano da Silva Deolindo: o advogado dele é Thalys Ricardo Batista. O defensor não irá se manifestar por enquanto e está lendo a decisão.

Juliane Abel Barchinski: a reportagem não teve acesso à defesa dela. As informações são do portal de notícias G1.

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