Terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2020
Policiais estiveram na residência de Marcelo Crivella
Foto: Alexandre Macieira/RioturO MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e a Polícia Civil realizaram buscas, na manhã desta quinta-feira (10), na prefeitura do Rio de Janeiro, na residência do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e no Palácio da Cidade, onde ele despacha.
Os agentes apreenderam um telefone celular do prefeito. A ação é um desdobramento da Operação Hades, deflagrada em março deste ano, que investiga um suposto “QG da Propina” na prefeitura do Rio.
Segundo as investigações, empresas que tinham interesse em fechar contratos ou tinham dinheiro para receber do município entregariam cheques a Rafael Alves, irmão de Marcelo Alves — então presidente da Riotur.
Em troca, Rafael facilitaria a assinatura dos contratos e o pagamento das dívidas. Ele, Mauro Macedo, ex-tesoureiro de Crivella, e Eduardo Benedito Lopes, ex-senador suplente de Crivella, além de outros investigados, foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta quinta.
A defesa de Crivella disse que o prefeito está “tranquilo” e negou irregularidades.
O que seria o “QG da Propina”
Em 10 de março deste ano, a Polícia Civil e o MPRJ cumpriram 17 mandados de busca e apreensão. Agentes estiveram na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, e em endereços de Marcelo Alves, do irmão dele, Rafael Alves, e Lemuel Gonçalves, ex-assessor de Crivella.
O inquérito que levou à operação foi aberto no início de dezembro de 2019 pelo MPRJ, com base na delação do doleiro Sérgio Mizrahy. Ele foi preso na Operação Câmbio Desligo, um desdobramento da Lava-Jato no Rio.
No depoimento, Mizrahy chama um escritório da prefeitura de “QG da Propina”. O doleiro não soube dizer se o prefeito Marcelo Crivella sabia da existência da estrutura.
Segundo a delação, o operador do esquema era Rafael Alves. Rafael não possui cargo na prefeitura, mas tornou-se um dos homens de confiança de Crivella por ajudá-lo a viabilizar a doação de recursos na campanha de 2016.
Depois da eleição, o empresário emplacou o irmão na Riotur e, segundo o doleiro, montou um “QG da Propina”.
Mizrahy afirma que empresas que tinham interesse em fechar contratos ou tinham dinheiro para receber do município procuravam Rafael, com quem deixavam cheques. Em troca, ele intermediaria o fechamento de contratos ou o pagamento de valores que o poder municipal devia a elas.
Marcelo Alves foi exonerado da Riotur dias depois da operação, em 25 de março.