Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2024
Instituições financeiras credoras da administração de Porto Alegre receberam ofício da prefeitura, solicitando que os empréstimos ao Município tenham suas cobranças suspensas, a fim de permitir que os recursos sejam utilizados na reconstrução de infraestruturas devastadas pelas enchentes das últimas semanas. Os pedidos incluem a prorrogação do prazo total de amortização dos contratos firmados por dois anos.
De acordo com estimativa da Secretaria Municipal da Fazenda (SMF), a medida proporcionará uma economia de aproximadamente R$ 550 milhões.
Na lista de credores das linhas de financiamento estão o Banrisul, Caixa Econômica Federal, Badesul, Banco do Brasil, BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), Badesul Desenvolvimento e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), bem como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Corporación Andina de Fomento.
Ainda segundo a prefeitura, o “pendura” permitirá que recursos sejam direcionados para ações em áreas críticas, por meio de iniciativas como fornecimento de aluguel social, construção de moradias, reparo de escolas e vias públicas, além da restauração de serviços básicos. “Só os gastos com a limpeza inicial para começar a reconstrução do município já ultrapassam R$ 100 milhões”, contabiliza.
Dados do Executivo apontam que as inundações afetaram de forma direta 150 mil habitantes de Porto Alegre, além de impactar de forma ou de outra mais de 1 milhão de pessoas devido à elevação histórica do Guaíba, que em seu pico atingiu nível de 5,35 metros – algo inédito desde que a cidade recebeu seus primeiros colonizadores, em meados do século de 1700.
Com a palavra…
O prefeito Sebastião Melo ressalta: “A catástrofe climática afetou 446 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, colocando a economia em situação delicada. Essa medida é crucial para permitir que a cidade se recupere dessa tragédia, restaurando a dignidade e infraestrutura essencial para os cidadãos”.
Conforme o titular da Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, mesmo que a estimativa possa variar conforme o fluxo de desembolsos dos projetos, a economia gerada pela suspensão das cobranças seria crucial para evitar um colapso financeiro na cidade:
“A arrecadação municipal deve diminuir significativamente, visto que precisamos lançar mão de todo o recurso possível para providências essenciais de recuperação da infraestrutura da cidade”.
(Marcello Campos)