A prefeitura de Porto Alegre anunciou nessa terça-feira o religamento de pelo menos três estações de água que foram impactadas pelas fortes chuvas na capital do Rio Grande do Sul. O serviço foi retomado nas unidades São João, Menino de Deus e Tristeza. Debaixo d’água desde a última semana, a cidade está sob alerta de “inundação severa” devido à estabilidade do nível do Rio Guaíba em cerca de 5,3 metros.
A estação Menino de Deus abastece 37 bairros de Porto Alegre, enquanto São João impacta outros 35 e Tristeza, 10. A gestão municipal definiu como medida urgente a retomada também do serviço de abastecimento de água na estação Moinhos de Vento, a mais antiga da cidade.
A cidade vive um cenário de terra arrasada que deixou praticamente toda a cidade sem abastecimento de água, luz e mantimentos. A capital gaúcha vive um estado sem precedentes de desalento com serviços inoperantes, bloqueios nas saídas para municípios vizinhos e alagamento de zonas históricas, como o Mercado Municipal.
No domingo (5), o nível do Guaíba atingiu o maior patamar da série histórica, de 5,33 metros. A via fluvial, a principal de Porto Alegre, registrou uma ligeira queda a 5,21m na noite dessa terça-feira. Antes das cotas atingidas em 2024, a cheia mais alta era a de 1941 (4,76 metros).
Veja os bairros atendidos por cada estação de água:
* Menino de Deus: Agronomia, Alto Teresópolis, Aparício Borges, Azenha, Assunção, Belém Velho, Camaquã, Cavalhada, Centro, Cidade Baixa, Cristal, Intercap, Jardim Botânico, Jardim Carvalho, Jardim do Salso, Jardim Europa, Medianeira, Menino Deus, Nonoai, Partenon, Parque Charruas, Petrópolis , Praia de Belas, Santana, Santa Tereza , São Jorge, São José , Santo Antônio, Tristeza, Vila Campo da Tuca, Vila Conceição, Vila dos Comerciários, Vila dos Sargentos, Vila Alto Erechim, Vila João Pessoa, Vila Nova e Vila Topázio.
* São João: Alto Petrópolis, Boa Vista, Jardim Planalto, Passo das Pedras, Costa e Silva, Parque Santa Fé, Chácara das Pedras, Três Figueiras, Rubem Berta, Protásio Alves, Loteamento Timbaúva, Jardim Leopoldina, Jardim Ipu, Mário Quintana, Chácara da Fumaça, Vila Safira, Sarandi, Morro Santana, Jardim Itu, Jardim Sabará, Cristo Redentor, Passo da Areia, Jardim Lindoia, Vila Ipiranga, Vila Floresta, São Sebastião, Anchieta, Auxiliadora, Higienópolis, Humaitá, São Pedro, Navegantes, São Geraldo, São João e Vila Farrapos.
* Moinhos de Vento: Auxiliadora, Azenha, Bela Vista, Bom Fim, Centro Histórico, Cidade Baixa, Farroupilha, Floresta, Independência, Jardim Botânico, Menino Deus, Moinhos de Vento, Mont’Serrat, Partenon, Petrópolis, Praia de Belas, Rio Branco, Santa Cecília, Santana, São João e Três Figueiras.
* Tristeza: Ipanema, Pedra Redonda, Guarujá, Jardim Isabel, Espírito Santo, Praça Moema, Vila dos Sargentos, Serraria, Parque Bahamas e Jardim Verde Ipanema.
O alerta emitido pela Defesa Civil na manhã de segunda (6) atestou a continuidade dos níveis de inundação e pediu que a população busque locais seguros.
Nota técnica do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), divulgada nessa terça, aponta nível de estabilidade desde domingo, quando registrou média de 5,3 metros. As principais preocupações dos pesquisadores, agora, são a duração dos níveis elevados e a possibilidade de repiques devido a novas chuvas ou pelo vento.
Previsão do esvaziamento
A previsão do IPH indica um cenário de cheia duradoura, com a estabilização do patamar do Guaíba, em torno de 5 a 5,5m, por mais dois dias, e sem a redução abaixo da cota de inundação de 4m até a próxima semana.
De acordo com o gráfico elaborado pelos cientistas, o nível deve ficar abaixo dos 4m apenas na madrugada do próximo dia 15, no cenário mais otimista, sem novas chuvas. Na previsão conservadora, o nível do Guaíba não deve chegar a marca inferior aos 4m antes do próximo dia 18.