O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, propôs em reunião virtual realizada neste sábado (22) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que barreiras sanitárias sejam feitas em aeroportos, rodoviárias e rodovias para tentar conter a disseminação da variante indiana do coronavírus.
Entre as medidas propostas estão a exigência de teste negativo para Covid do tipo RT-PCR para passageiros que cheguem a São Paulo vindos de voos do Maranhão ou da Argentina, nos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, na capital paulista, e Cumbica, em Guarulhos.
O Estado do Maranhão já confirmou o registro dos primeiros casos no Brasil da variante indiana, chamada de B.1.617. Eles foram confirmados em tripulantes que estavam em um navio vindo da África do Sul. Antes do Brasil, o único país na América Latina que havia confirmado a presença da variante havia sido a Argentina.
Também foi sugerida a busca por pacientes sintomáticos em rodoviárias, que serão encaminhados para unidades de saúde próximas para a realização de teste RT-PCR. Caso o teste seja positivo, a pessoa deverá ser isolada e monitorada por dez dias.
“A ideia é que a gente possa, em uma ação integrada e comandada pela Anvisa, fazermos todo esse processo de triagem, de isolamento e monitoramento, de ações educativas que possam ser preventivas em relação à circulação de novas variantes, principalmente a variante indiana”, disse Aparecido em entrevista.
De acordo com o secretário, houve uma sinalização por parte do ministro para que as ações também possam ser adotadas em âmbito nacional.
“As sugestões feitas pela cidade de São Paulo o ministro viu com muito bons olhos, dizendo inclusive que poderia se transformar em uma orientação nacional.”
As ações nas rodoviárias podem começar a valer a partir da segunda-feira (24), segundo Aparecido.
“Acreditamos pelo menos preparar as funções de triagem com as nossas equipes, que nós vamos montar já nesse domingo para tentarmos colocar em trabalho na segunda-feira. Sobretudo, no Terminal Rodoviário do Tietê, onde chegam dois ônibus por semana do Maranhão”, disse o secretário.
Também participaram da reunião deste sábado representantes da Secretaria Estadual de Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa (PSD).
Portaria do Ministério da Saúde publicada 14 de maio proibiu a entrada no Brasil de voos vindos do Reino Unido, Irlanda do Norte, África do Sul e Índia.
A mesma portaria recomenda que visitantes que estiveram do Reino Unido, Irlanda do Norte, África do Sul e Índia no últimos 14 dias não entrem no país, mas a regra não se aplica para brasileiros, naturalizados e imigrantes com moradia definitiva no país.
Após a reunião, o Ministério da Saúde afirmou por meio de nota que a Anvisa tem intensificado a vigilância em aeroportos, incluindo abordagem a passageiros antes e após voos. No entanto, não confirmou se será adotada a exigência de testagem para passageiros do Maranhão e Argentina.
“Considerando que São Paulo é a maior cidade do país e Guarulhos é o maior aeroporto, devemos reforçar a vigilância para que essa variante não se espalhe pelo Brasil”, disse o ministro Marcelo Queiroga no comunicado.