Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2024
Os prejuízos causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul no campo já ultrapassam R$ 2,5 bilhões, informou a Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Segundo a entidade, R$ 2,3 bilhões são apenas na agricultura, enquanto na pecuária os danos chegam a R$ 226 milhões.
Os dados são parciais, uma vez que nem todos os municípios conseguem contabilizar as perdas e inserir as informações no sistema da CNM.
A entidade alertou ainda que o número de cidades que preencheram o sistema federal diminuiu e que está em contato com os gestores municipais para entender a razão. Apesar disso, a contabilização de prejuízos no setor privado vem aumentando na comparação com coletas anteriores.
Agricultura familiar
O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) revelou que 420 famílias assentadas foram afetadas pelos alagamentos, com inundações de suas casas, perda da produção, prejuízos de estruturas, ferramentas, maquinário e morte de animais.
Segundo o grupo, 6 assentamentos foram atingidos, localizados na região metropolitana de Porto Alegre e na região central do estado. Veja a perda por produto a seguir.
Hortaliças e frutas: 170 famílias tiveram perda total da produção, com prejuízos estimados em R$35 milhões.
Pecuária leiteira: o levantamento feito pelas famílias associadas da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), estima que o valor chegue a quase R$3 milhões, considerando os prejuízos entre galpões, pastagens, animais, maquinários e leite não entregue.
Arroz: os danos do cereal agroecológico, o maior da América Latina, plantados apenas em 2024, chegam a 755 hectares, o que representa cerca de 27% da produção total. Já a área de arroz em transição agroecológica prejudicada foi de 838 hectares, e a de arroz convencional foi de 765 hectares.
Soja
Enquanto as perdas causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul ainda são contabilizadas, produtores de soja no Estado tentam finalizar a colheita no Estado na medida do possível. Até a quinta-feira (16), os trabalhos em campo atingiram 85% da área, versus 78% da semana anterior e 91% colhidos em igual período do ano passado, informa a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-RS).
Ainda que na última semana o volume de chuvas foi menor e permitiu a abertura de janelas para a realização da colheita, a qualidade dos grãos caiu “drasticamente” segundo a Emater. Além disso, o órgão espera que muitos produtores desistam de continuar com as operações em campo.