Domingo, 24 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de outubro de 2024
A organização popular japonesa Nihon Hidankyo é a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2024. O grupo é integrado por sobreviventes dos bombardeios atômicos no Japão durante a Segunda Guerra Mundial e defende a abolição de armas nucleares.
No anúncio feito nessa sexta-feira (11) em Oslo, Noruega, o presidente do Comitê Nobel, Jorgen Watne Frydnes, destacou a importância do Nihon Hidankyo no movimento global que impediu o uso de armas nucleares em conflitos por 80 anos.
O Comitê Nobel enfatizou como “as testemunhas históricas” ajudaram a gerar e consolidar uma oposição generalizada às armas nucleares em todo o mundo com base em suas histórias pessoais.
Eles promoveram campanhas educacionais destacando a experiência dos membros e emitiram alertas urgentes contra a disseminação deste tipo de armamento.
A declaração destaca ainda o mérito do trabalho da organização ao ter permitido que armas nucleares fossem condenadas como “moralmente inaceitáveis” e acrescenta que o “tabu nuclear de longa data está agora sob pressão”.
Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou o grupo de sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, também conhecidos como hibakusha. Ele ressaltou as qualidades de “altruístas” que “carregam na alma o terrível custo humano das armas nucleares”.
O secretário-geral realçou o apoio das Nações Unidas à causa dos sobreviventes que qualificou como inspiração para os esforços compartilhados de construir um mundo livre de armas nucleares.
Para o líder das Nações Unidas, embora os números relacionados a essas armas diminuam a cada ano, o trabalho incansável e a resiliência dos hibakusha são a espinha dorsal do movimento global de desarmamento nuclear.
Guterres recordou encontros mantidos com as testemunhas por vários anos destacando “seu testemunho vivo e impressionante”, que lembra ao mundo que a ameaça nuclear “não se limita aos livros de história”.
Perigo
Para Guterres, as armas nucleares continuam sendo um perigo claro e presente para a humanidade, aparecendo mais uma vez na retórica diária das relações internacionais.
Por ocasião do anúncio do prêmio, Guterres disse que é hora de os líderes mundiais serem tão lúcidos quanto os hibakusha e verem a realidade das armas nucleares como dispositivos de morte que não proporcionam segurança ou proteção.
O chefe da ONU destaca que a única maneira de eliminar a ameaça das armas nucleares é acabar completamente com elas.