Preocupado com o desempenho do governo na segunda metade do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio do Planalto iniciou um giro na Esplanada em busca de projetos que possam ter impacto eleitoral até 2026. O plano é organizar o cardápio de prioridades após os dois primeiros anos de gestão e trabalhar a trilha para a reeleição do petista. As informações são do blog de Renata Agostini, do jornal O Globo.
Ministérios como Agricultura, Minas e Energia e Justiça já foram acionados e outros estão à espera do chamado. A ideia é chegar no início do ano que vem com uma mapa das ações nas quais o governo deve investir.
Lula tem dito que 2025 será o ano de “colheita” dos esforços feitos até agora. Há expectativa, inclusive, que essa seja uma de suas mensagens no almoço que promoverá com seus ministros nesta sexta-feira. Segundo um auxiliar, o presidente deve cobrar mais empenho e “energia” do grupo para deslanchar projetos.
Apesar da mensagem do petista de que, a partir do ano que vem, a população começará a perceber as melhorias, há um diagnóstico de que o governo terá de “colocar para rodar” novas medidas, de forma a oxigenar o caminho até a campanha presidencial.
Capitaneadas pela Casa Civil, as reuniões foram acertadas há cerca de um mês em encontro com os secretários-executivos dos ministérios. Foi pedido às pastas a seleção de três iniciativas para a apresentação ao Planalto.
As reuniões estão sendo conduzidas por Miriam Belchior, a número dois da Casa Civil. Numa delas, tratou-se da necessidade de “garantir” o quarto mandato de Lula.
Ainda que o presidente não tenha confirmado que vá se candidatar à reeleição, essa é a expectativa de boa parte de seu time. Além disso, ainda que não seja Lula o candidato, será uma defesa de seu governo com um nome apontado por ele para a disputa.
O movimento da Casa Civil ocorre também num momento de articulações para a troca na Secretaria de Comunicação do governo, que contaria com a saída do ministro Paulo Pimenta. Para o seu lugar, o mais cotado é o marqueteiro de Lula na campanha de 2022, Sidônio Palmeira.
Lula espera, portanto, trabalhar em duas frentes a partir do ano que vem. A comunicação da “colheita”, ou seja, das entregas do governo, e o anúncio de novas medidas que possam melhorar a imagem de sua gestão com a população.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta semana mostrou que o governo Lula vive o momento mais difícil junto ao eleitorado no último ano. O percentual dos que consideram a gestão do petista ótimo ou bom era de 38% em dezembro de 2023 e agora está em 35%. Em seu primeiro mandato, Lula tinha 45% de aprovação a essa altura. No segundo, a taxa era de 70%.