Um cargueiro russo que levava suprimentos aos astronautas que estão a bordo da ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês) perdeu o controle ao entrar em órbita e começou a cair em direção à Terra.
A nave decai gradualmente em razão do arrasto causado pela atmosfera terrestre. Ela foi projetada para não sobreviver à reentrada e queimar, mas alguns detritos podem chegar ao chão.
Por isso, os engenheiros russos estão se esforçando para recuperar algum controle do veículo e direcioná-lo para uma queda no mar, mas as tentativas de contato com a nave, até agora, não foram bem-sucedidas.
“O acoplamento da nave-cargueiro à ISS já não é possível. O importante agora é garantir uma saída mais ou menos controlada da nave de órbita”, disse um analista do Centro de Controle de Voos Espaciais.
De toda forma, mesmo caindo de maneira descontrolada, a nave oferece risco pequeno para a população da Terra. O fato de o planeta ter três quartos de sua superfície coberta por água ajuda nisso.
Também não há risco de o cargueiro se chocar com a ISS. A Roscosmos (agência espacial russa) estima que a nave possa reentrar na atmosfera terrestre entre os dias 5 e 7 deste mês.
O cargueiro Progress M-27M, não tripulado, foi lançado por um foguete Soyuz do Cazaquistão no dia 28 de abril. Ele levava três toneladas de suprimentos, incluindo combustível, oxigênio e alimentos, para os seis astronautas que estão a bordo da ISS.
A tripulação em órbita tem quatro meses de suprimentos já a bordo, e em dois meses o próximo reabastecimento deve chegar, de forma que nada deve mudar na rotina dos astronautas.
Falha.
A nave deveria chegar à ISS seis horas após seu lançamento, mas a falha ocorreu assim que o veículo entrou em órbita. A comunicação com o cargueiro falhou – houve perda de dados de telemetria –, e ele começou a girar descontroladamente. A origem do problema poderia estar na própria nave ou algo pode ter ocorrido com o terceiro estágio do foguete. “Provavelmente a falha está relacionada à separação do veículo lançador, mas é impossível dizer agora quem é culpado”, afirmou Alexander Ivanov, da Roscosmos.