Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de maio de 2022
Uma estelionatária de Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina, presa junto com outros integrantes da quadrilha, no Leblon, na Zona Sul do Rio, foi levada às pressas para o Hospital Municipal Miguel Couto, no mesmo bairro da capital carioca. Fernanda Natalina dos Santos Lima, grávida de 39 semanas, deu à luz uma menina, na madrugada de quinta-feira (12).
De acordo com as investigações, ela, o namorado, Willian Teixeira Chicorsky, além de Diego Luís Pereyra Ferreira e Angélica de Jesus Albercht aplicavam golpes pela deep web — sites e servidores da internet que não aparecem nas ferramentas de buscas: após adquirirem dados bancários das vítimas, o grupo gerava links falsos de pagamentos em cartões de crédito e transferia altas quantias para contas correntes de “laranjas”. Os prejuízos das vítimas passam de R$ 1 milhão.
Fernanda Natalina dos Santos Lima continua internada no Miguel Couto e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ela e o filho passam bem. Já os demais presos foram encaminhados para Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, onde vão passar por uma audiência de custódia. Diego, considerado o chefe do bando, já entrou com um pedido de liberdade provisória em que alega a ilegalidade da prisão em flagrante e nega haver indícios de autoria dos crimes descritos no inquérito da 14ª DP (Leblon).
De acordo com a delegada Daniela Terra, titular da 14ª DP, com os valores dos golpes, o grupo ainda realizava compras de bens de luxo, como joias, para revender. Foram identificados dois apartamentos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade, onde eles estavam hospedados, e ainda apreendidos com ele um carro Audi Q3, dez celulares, R$ 4 mil em espécie, uma pistola com a numeração raspada, dois carregadores, além de munição.
O inquérito aponta que Diego Luís Pereyra Ferreira, Willian Teixeira Chicorsky, Fernanda Natalina dos Santos Lima e Angélica de Jesus Albercht se beneficiavam dos valores obtidos com os golpes e ostentavam uma vida de luxo, com uso de carros e motos importadas, lanchas e jetski.
“Com a evolução da tecnologia e a disseminação dos bancos digitais, as quadrilhas se especializaram na aplicação de golpes, sobretudo no ambiente da deep web, a parte da internet que fica oculta do grande público. Para evitar esses crimes, é preciso que essas instituições financeiras invistam em segurança e os clientes redobrem a atenção e também não comprem produtos de procedência duvidosa”, explica a delegada Daniela Terra.
Na delegacia, os bandidos ofereceram R$ 150 mil aos policiais para serem liberados. Eles foram autuados em flagrante por estelionato, associação criminosa, corrupção ativa e posse de arma de fogo de uso restrito.