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Mundo Presença de extremistas em possível novo governo de Israel acende alerta nos Estados Unidos

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Ex-membro de grupo militante judeu considerado pelos EUA como terrorista, Itamar Ben-Gvir quer ser ministro da Polícia. (Foto: Flash90)

Um dia depois da quinta eleição em quatro anos em Israel dar a ao ex-premier Benjamin Netanyahu a vantagem para liderar a formação de um novo governo, os EUA deram sinais de que a entrada da extrema direita no novo Gabinete poderá afetar as relações bilaterais. O Sionismo Religioso, que saiu da votação como a terceira força no Parlamento, é conhecido por suas posições racistas, xenófobas e contrárias às políticas defendidas pelos americanos para a região.

Segundo resultados que ainda não são definitivos, o Likud, de Benjamin Netanyahu, garantiu 32 cadeiras no Parlamento, e deve negociar uma coalizão com o Sionismo Religioso, que conquistou 14 cadeiras; o Shas, com 11; e o Judaísmo Unido da Torá, que comandará oito assentos. Com isso, a coalizão pode chegar a 65 cadeiras, quatro a mais do que o necessário para garantir maioria na Casa.

O hoje governista Yesh Atid, do premier Yair Lapid, elegeu 24 deputados, enquanto o Partido da União Nacional, do ministro da Defesa Benny Gantz, terá 12 cadeiras. Ainda não está certo se o social-democrata Meretz e o partido nacionalista árabe Balad conseguirão superar a cláusula de barreira de 3,25% dos votos. Essa definição, contudo, só deve sair na quinta-feira, e caso o façam isso vai alterar a composição da Casa.

Mesmo antes do final da confusa e longa apuração de de cerca de 6 milhões de votos, o Departamento de Estado defendeu que as novas autoridades respeitem os direitos das minorias.

“Esperamos que todos os funcionários do governo israelense continuem compartilhando os valores de uma sociedade aberta e democrática, incluindo a tolerância e o respeito por todos na sociedade civil, especialmente pelos grupos minoritários”, disse, em entrevista coletiva, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que espera “continuar a trabalhar com o novo governo de Israel com base nos nossos valores compartilhados”.

Segundo o jornal Haaretz, a presença da extrema direita no governo deve criar novos dilemas em Washington: afinal, Israel é um parceiro estratégico e histórico dos EUA, e a manutenção dessa relação é prioritária, mesmo que, agora, ela inclua atores acusados de xenofobia e racismo.

“Jamais vimos uma situação entre um governo americano e um Gabinete israelense na qual o terceiro maior partido no Parlamento, que deve ter pelo menos dois ministros no governo, tenha uma plataforma supremacista, racista, homofóbica e antidemocrática. Isso jamais existiu”, disse ao Haaretz Aaron David Miller, pesquisador do Fundo Carnegie pela Paz Internacional.

Aliados de Israel no Congresso americano já antecipam potenciais problemas causados pelo Sionismo Religioso e seu líder, Itamar Ben-Gvir, especialmente se ele assumir uma pasta relacionada à segurança, desejo que já expressou no passado. Isso tornaria inevitável seu contato com autoridades americanas.

Diplomatas de outros países também relataram grande preocupação com o papel que Ben-Gvir terá no novo Gabinete. Ao Haaretz, um deles sinalizou que poderá reduzir o nível de contato com o governo israelense. Outros dizem preferir aguardar os primeiros passos de Netanyahu após a confirmação da vitória.

Extremistas no poder

O passado do Sionismo Religioso e de Ben-Gvir justifica essas preocupações. Analistas afirmam que as ideias da sigla vão além do que defendem partidos de extrema direita na Europa. Ben-Gvir é radicalmente contra à ideia de dois Estados, um israelense e um palestino, e favorável à anexação total da Cisjordânia, negando direitos básicos à população local. Ele defende ainda a imunidade aos soldados que participem de operações militares e a pena de morte para pessoas acusadas de terrorismo.

Um manifesto político do partido, divulgado em 2019, defende ainda a “remoção de todos os inimigos de Israel de nossa terra”, e propõe a criação de uma agência para “encorajar” a saída desses alegados “inimigos”.

O texto não define quem são esses “inimigos”, mas, em uma entrevista ao Times of Israel, em 2019, Ben-Gvir disse que eles seriam “qualquer um que não queira um Estado judaico”. Baruch Marzel, um dos fundadores do partido, disse naquele mesmo ano acreditar que “a maioria” dos cidadãos árabes de Israel é inimiga, “mas não todos eles” — hoje, os árabes compõem 21% da população do país.

“Não vou pegar um caminhão e expulsar todo mundo. Não é democrático. Quem não for leal, quem expressar ódio, eu vou sugerir que emigre”, disse Ben-Gvir, em entrevista ao Canal 13, em agosto.

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