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“Preservar os sinais vitais da economia não significa sair do isolamento agora”, diz o ministro da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, diz que a situação está "crítica". (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira (20) que preservar o que chama de “sinais vitais” da economia não significa sair do isolamento social agora. Para ele, porém, é preciso programar a saída dessa situação, decretada por governadores e prefeitos para conter o avanço da Covid-19.

A economia vem com mais força do que está se pensando porque ela já estava começando a se mover. E se nós preservamos os sinais vitais vamos sair. Preservar os sinais vitais da economia não significa sair do isolamento agora. Não significa isso. Significa fazer a coisa programada, fazer direito, fazer no devido tempo” disse Guedes, em transmissão ao vivo de uma instituição financeira.

Em seguida, Guedes afirmou que os sinais vitais da economia, como abastecimento, estão preservados, mas a situação está “crítica”. “Os sinais vitais ainda estão preservados. A coisa está ficando crítica. Realmente está ficando crítica. Não sabemos quanto tempo segue o isolamento e não sabemos quanto tempo aguenta a economia”, disse.

Citando previsões do Ministério da Saúde que apontam que a curva de contaminação começará a cair em julho, questionou: “A economia aguenta mais dois meses com isolamento? Essa é que a pergunta.”

Para o ministro, há duas dimensões: cuidar da saúde e da economia. “Esse é o ponto futuro (sair do isolamento). Está acontecendo na China, os governos lá fora estão começando a planejar a saída. Nós temos que pensar isso também. São duas dimensões. Tem que pensar as duas dimensões”, acrescentou.

Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro defendeu que terminem nesta semana as medidas que restringem a circulação de pessoas para frear a propagação do novo coronavírus. Desde meados de março, governadores e prefeituras incentivaram a quarentena, em contraposição ao posicionamento de Bolsonaro.

Guedes chamou de “advertência” as críticas de Bolsonaro ao isolamento social. Ao comentar pela primeira vez a demissão do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse que é o presidente que escolhe o ministro, não o contrário. “A diferença de opinião, se houver e for exacerbada, não é o ministro que escolhe o presidente, é o presidente que escolhe o ministro. Isso em si não significa qualquer desapreço ao aspecto de preservar vidas. E sim que nós temos que preocupar também com a outra dimensão”, afirmou.

Guedes disse ainda que alguns setores da economia podem manter um certo distanciamento social, com proteção adequada aos trabalhadores, mas sem propriamente adotar o isolamento social, para que o sistema econômico possa continuar funcionando, com abastecimento de comida e outros serviços essenciais.

O ministro garantiu que não haverá aumento de impostos para pagar o custo da crise, com gastos que se aproximam de R$ 300 bilhões. “A saída não será por aumento de impostos”, afirmou, voltando a defender o avanço das reformas: “A velocidade do escape vai depender das reformas estruturais.” As informações são do jornal O Globo.

 

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